'Isso é mal-entendido', disse Guedes sobre renegociação de dívida

Em entrevista, Bolsonaro falou que dívida 'era impagável não fosse a renegociação'

Mariana Carneiro Bernardo Caram
Brasília

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que não pretende renegociar a dívida interna, como sugerido pelo presidente eleito Jair Bolsonaro.

Em entrevista à Band, na véspera, Bolsonaro disse que a dívida, de cerca de R$ 4 trilhões, era impagável não fosse a renegociação a ser conduzida por Guedes. Isso alarmou investidores sobre um possível calote do governo eleito.

O futuro ministro, no entanto, classificou o episódio de mal-entendido.

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Paulo Guedes em sessão no Congresso, nesta terça-feira (6) - Adriano Machado/Reuters

"Durante a campanha eu falei que a despesa de juros era demasiada, não é razoável o Brasil gastar R$ 100 bilhões de juros por ano. Falei tantas vezes que talvez o presidente tenha pensado em renegociar. Mas isso está fora de questão, não se pensa nisso. Isso não é o problema, isso não existe. O que existe é uma preocupação com a dívida", afirmou Guedes.

Segundo ele, a despesa com juros virou uma bola de neve por falta de controle dos gastos do governo, que usou apenas a política monetária (juros) para conter a inflação e não acionou a âncora fiscal.

Para reverter essa espiral, Guedes pretende privatizar estatais e controlar os gastos.

"Vamos fazer como as empresas fazem. Elas vendem ativos e não deixa a dívida crescer", afirmou e usou como exemplo a Petrobras que, após a explosão de sua dívida, anunciou um plano de venda de ativos ainda não concluído.

Guedes também defendeu a privatização da Eletrobras, como forma de viabilizar investimentos e evitar apagões em regiões onde as distribuidoras são deficitárias, como é o caso do Amazonas.

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