O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) registrou avanço de 0,02% da atividade econômica do Brasil em outubro na comparação com o mês anterior, informou o BC (Banco Central) nesta segunda-feira (17).
O resultado foi melhor do que a expectativa de analistas em pesquisa da Reuters de contração de 0,2%.
Em setembro, o índice teve uma retração de retração de 0,09%. Os dados são dessazonalizados, o que significa que os efeitos típicos de cada mês são retirados do número para possibilitar a comparação.
Neste mês foram divulgados os desempenhos da indústria, comércio e serviços relativos a outubro. Esses levantamentos, porém, são feitos pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com o instituto, o setor de serviços cresceu 0,1% no mês de outubro, na comparação com setembro. A projeção da Reuters era de crescimento de 0,4%. A influência negativa que segurou esse crescimento veio principalmente dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-1,9%) e dos serviços prestados às famílias (-1%).
Rodrigo Lobo, gerente de pesquisa em serviços no IBGE, disse que o cenário do país, com desemprego e informalidade, além da transição de governo, fizeram com que as famílias deixassem de consumir.
"Com a questão do desemprego, a massa de rendimentos ainda não ter se recuperado, o grau de informalidade ser mais elevado e a incerteza do que pode acontecer no futuro, as famílias tendem a poupar mais do que gastar."
Já no varejo, o recuo de outubro se deu devido à expectativa dos consumidores em obter melhores preços no mês seguinte, com a Black Friday, postergando, assim, suas compras.
Segundo os dados divulgados pelo IBGE, o volume de vendas do comércio caiu 04,% em outubro. Projeção da Bloomberg previa uma estabilidade para o setor, na comparação com o mês de setembro.
A gerente de pesquisa do IBGE no setor de varejo, Isabella Nunes, afirmou que esse movimento é natural. "Depois de ter crescido durante longo período consecutivo, eles [setores de móveis, eletrodomésticos e tecidos] mostram uma acomodação frente a uma promoção já anunciada."
O setor industrial, que teve três quedas consecutivas até setembro, registrou alta de 0,2% em outubro, informou o IBGE. No acumulado do ano, o setor tem alta de 1,8%.
O desempenho foi puxado pela indústria extrativa (3,1%), máquinas e equipamentos (8,8%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3,0%) e bebidas (8,6%). Todos esses segmentos apresentaram retração em setembro.
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