Em recessão, Argentina tem alta no risco-país e governo paralisa projetos

Índice havia caído após país obter empréstimo do FMI e anunciar ajustes na economia

Sylvia Colombo
Montevidéu

 índice de risco-país da Argentina saltou de 600, no mês passado, para 767, depois de a economia ter sido declarada em recessão após somar três trimestres seguidos no vermelho, de acordo com o Indec (Instituto Nacional de Estatísticas).

Reunidos em caráter de emergência na manhã desta quarta-feira (19), na Casa Rosada, o presidente Mauricio Macri e a equipe econômica decidiram congelar os projetos de Parceria público privada (PPP) previstos para 2019. 

Em entrevista a jornalistas, o ministro da Economia, Nicolás Dujovne, afirmou que: "os que estão em andamento, seguem, os novos morrem".

Segundo Dujovne, a recessão e o aumento da taxa de risco-país não são os únicos motivos, o ministro ttambém citou a dificuldade de ter acesso a crédito externo.

 

A economia argentina vem em turbulência, ou "sendo vítima de tormentas", como prefere definir Macri, desde abril, quando o peso começou a sofrer grande desvalorização _perdeu 55% do seu valor ante o dólar desde o início do ano_, o que levou o país a pedir um empréstimo atualmente fechado em US$ 57 bilhões ao FMI (Fundo Monetário Internacional).

O risco-país, que estava em 374 no começo do ano, subiu para 783 em setembro e baixou, devido ao apoio internacional e o anúncio de ajustes incluídos no Orçamento para 2019, aprovado pelo Congresso. A nova alta, porém, associada à previsão de que a inflação encerrará o ano em 47%, alarmou o governo de Macri, que buscará a reeleição no ano que vem.

A paralisação dos projetos de PPP afet a principalmente as províncias, nas quais estavam previstas obras de infraestrutura que teriam início nos próximos meses.

Dujovne afirmou que cada caso será avaliado e, os que se considerarem de emergência, poderão seguir pela via do financiamento apenas estatal, se houver verba. Esta seleção ficará a cargo, inicialmente, do chefe de gabinete, Marcos Peña.

A notícia pode ter consequências eleitorais negativas para Macri, afinal sua eleição em 2015 dependeu muito do apoio dos governadores peronistas moderados, que prevalecem no interior do país e que, para 2019, já planejavam descolar-se do governo para ter uma candidatura própria.  Uma degradação econômica  que afete principalmente suas províncias pode selar esse divórcio. 

Segundo o FMI, a economia argentina terá  queda de 2,6% de seu PIB neste ano.

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