PF considera neto do ex-presidente Figueiredo foragido e vai incluí-lo na lista da Interpol

Alvo da Operação Circus Máximus, Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho pode estar nos EUA

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Brasília

A Polícia Federal considera foragido o empresário Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho –neto do general João Baptista Figueiredo, último presidente brasileiro na ditadura militar (1979-1985). 

Alvo da Operação Circus Máximus, deflagrada nesta terça (29), ele tem mandado de prisão preventiva em aberto, mas não foi encontrado pelos investigadores.

A PF tem informações de que o empresário está nos Estados Unidos e, por isso, pedirá que ele seja incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, a relação de procurados da polícia internacional. 

O hotel LSH Lifestyle, antigo Trump Hotel, no Rio de Janeiro
Piscina do hotel LSH Lifestyle, antigo Trump Hotel, no Rio de Janeiro - Divulgação

A Circus Máximus investiga um esquema de pagamento de propinas a dirigentes e ex-dirigentes do BRB, banco estatal de Brasília, em troca de investimentos em alguns projetos, entre eles a construção do extinto Trump Hotel, atual LSH Lifestyle.

As medidas judiciais foram requisitadas à Justiça Federal pela força-tarefa Greenfield –grupo da Procuradoria da República no Distrito Federal que investiga corrupção e desvios em fundos de pensão e bancos públicos. 

Paulo Renato se associou em 2013 ao presidente americano, Donald Trump, para explorar o hotel de luxo, na Barra da Tijuca. A Trump Organization —propriedade do mandatário— cedeu sua marca para o empreendimento até 2016, mas se retirou do negócio depois que ele passou a ser investigado. 

Para captar recursos para a construção, o neto de Figueiredo e outros sócios montaram um fundo de investimentos. Segundo as investigações, dirigentes do BRB aportaram recursos nesse fundo em troca de propinas.

Um dos sócios do empreendimento, o empresário Ricardo Rodrigues, fez acordo de delação premiada e deu detalhes do suposto esquema.

Ele disse que Paulo Renato tinha conhecimento geral sobre as ilicitudes. Afirmou, segundo investigadores, que ele “exerceu a administração do hotel LSH Barra por boa parte do período em que foram pagas notas fiscais falsas necessárias para a geração de dinheiro vivo que seria empregado no pagamento de propinas”.

A Folha não localizou nenhum representante de Paulo Renato para comentar as suspeitas.

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