O presidente Donald Trump ligou nesta quarta-feira (30) para Juan Guaidó, líder da Assembleia Nacional da Venezuela que se declarou presidente encarregado do país, para parabenizá-lo pelo que classificou como uma posse histórica e reiterar o apoio do governo americano à oposição venezuelana.
Em comunicado, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que Trump “falou hoje com o presidente venezuelano interino, Juan Guaidó, para parabenizá-lo por sua histórica ascensão à Presidência e para reforçar o forte apoio do presidente Trump à luta da Venezuela para recuperar sua democracia”.
Na ligação, afirmou Sanders, Guaidó ressaltou “a importância dos grandes protestos na Venezuela contra o ex-ditador [Nicolás] Maduro, marcados para acontecer hoje [quarta-feira] e sábado.”
Em uma rede social, o opositor venezuelano agradeceu a ligação de Trump e afirmou que o americano “reiterou seu completo apoio à nossa luta democrática, o compromisso com a ajuda humanitária e o reconhecimento de sua administração à nossa Presidência.”
Também nesta quarta, Trump advertiu os cidadãos americanos contra viajar para a Venezuela em meio à crise política no país.
“Maduro disposto a negociar com a oposição na Venezuela após as sanções dos EUA e o corte de receitas de petróleo. Guaidó se tornou alvo da Suprema Corte venezuelana. Protestos em massa esperados para hoje. Os americanos não deveriam viajar à Venezuela até depois de novas notícias”, escreveu o presidente em uma rede social.
Na segunda-feira, os EUA impuseram novas sanções econômicas à Venezuela, bloqueando US$ 7 bilhões (R$ 26 bilhões) em ativos da PDVSA e estabeleceu que quaisquer pagamentos por petróleo pela estatal venezuelana aos EUA devem ir para uma conta bancária inacessível a Maduro.
O dinheiro só seria liberado quando Guaidó assumisse o poder ou após a realização de novas eleições. A intenção é ajudar o opositor.
Caracas continua sendo um grande fornecedor de petróleo às refinarias dos EUA, embarcando uma média de 580 mil barris por dia de petróleo e derivados ao país, no acumulado do ano até outubro.
A tensão política na Venezuela aumentou no início do ano, quando Maduro assumiu seu novo mandato como presidente. A eleição do ditador não foi reconhecida pela Assembleia Nacional, de maioria opositora, que o classificou como usurpador —EUA, União Europeia e Brasil também não reconhecem Maduro como presidente do país.
Os protestos contra o ditador começaram na segunda passada (21), no mesmo dia em que um grupo de 27 militares se rebelarem contra o regime e acabarem sendo detidos. As maiores manifestações, porém, ocorreram na quarta (23), quando Guaidó se declarou presidente encarregado.
Guaidó prometeu anistia para os militares que ajudarem a derrubar Maduro, mas, até o momento, a cúpula das Forças Armadas se mantém leal ao ditador.
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