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Brasil importou banana até da França e pagou quatro vezes mais por ela

Setor tem de avançar em tecnologia e redução de custos para melhorar qualidade do produto

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São Paulo

O Brasil pode, e deve, impedir importações de produtos de outros países quando eles trazem riscos fitossanitários à produção nacional. Foi esse o motivo de o Brasil fechar as portas para a maçã argentina no mês passado.

Já proibir importações por questões de concorrência do produto estrangeiro com o nacional, principalmente quando envolve preço, não é tão simples.

O mercado internacional está cada vez mais agressivo, e o país tem de se preparar para novas exigências e desafios. Um caso recente foi o do antidumping do leite, um mercado mundial crescente, para o qual o Brasil não está se preparando.

Uma maior diversificação da pauta das exportações agrícolas deveria ser preocupação constante nas políticas de governo. No país da soja, que gera poucas preocupações e traz muita receita externa, os outros produtos agrícolas ainda amargam muitas dificuldades para sobreviver. 

Mesmo estando entre os cinco maiores produtores de banana —Índia e China lideram—, o Brasil participa muito pouco do mercado externo.

E o mercado internacional de banana é promissor. Movimenta US$ 8 bilhões por ano, segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação). A produção mundial é de 114 milhões de toneladas.

Preocupações dos consumidores com saúde têm cooperado para o crescimento mundial, que evolui 3,2% ao ano. Um dos principais mercados é o da União Europeia, cujas importações cresceram 29% nos últimos cinco anos.

O Brasil poderia aproveitar melhor as oportunidades. Antes disso, porém, o setor tem de avançar em tecnologia e redução de custos. O aprimoramento na colheita e no transporte já daria mais qualidade ao produto brasileiro.

Um dado interessante. Em 2018, a França comprou banana do Brasil a preço só de banana: US$ 2.000 por tonelada da fruta fresca. Já o Brasil comprou a fruta da França, no mesmo período, por US$ 10.430 a tonelada. Veio algo além da banana: a agregação de valor.
 

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