Deputados da base e da oposição trocaram empurrões e gritos no plenário da Câmara nesta quarta-feira (24) por causa de reportagem da Folha que mostrou que o governo ofereceu R$ 40 milhões em emendas para cada deputado que votar a favor da reforma da Previdência no plenário da Casa.
O deputado Aliel Machado (PSB-PR) discursava quando foi interrompido aos gritos pelo colega José Medeiros (Pode-MT). "O governo ofertou R$ 40 milhões para comprar votos, está oferecendo cargos", afirmou o parlamentar do PSB, da oposição.
Assista ao momento da discussão.
"Vagabundo, não nos meça pela sua régua", gritou o deputado do Podemos. Uma confusão se instalou no plenário da Casa, com deputados da oposição tentando separar os dois.
Deputados de seis partidos confirmaram à Folha que houve a oferta do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), para a liberação de recursos extraorçamentários — ou seja, não referentes às emendas impositivas —, mas não foi celebrado acordo.
No último domingo (21), a distribuição de espaços na máquina federal entre potenciais aliados por Bolsonaro e seus auxiliares já havia sido noticiada pela Folha.
A oferta de Lorenzoni é referente à deliberação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) no plenário, e não na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde a tramitação foi concluída na quarta.
Pouco depois, o deputado do PSOL Glauber Braga (RJ) questionou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a oferta, mas Maia não comentou. A proposta foi feita na residência oficial na semana passada.
Já deputados do PSL defenderam o governo Jair Bolsonaro e criticaram a reportagem.
"O governo Bolsonaro não faz nada disso. O senhor vai ter que provar isso, o senhor traz uma denúncia vazia para este plenário, o senhor vai ser levado para o Conselho de Ética", disse Daniel Freitas (PSL-SC) a Aliel Machado.
Nelson Barbudo (PSL-MT) pediu para "chamarem o camburão" para a oposição. "Se tudo que a imprensa publica é verdade, pode chamar o camburão porque dizem que o PT é uma quadrilha".
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