O grupo FCA Fiat Chrysler anunciou nesta quarta-feira (22) o investimento adicional de R$ 500 milhões na fábrica de Betim (MG).
O valor será usado na construção de uma nova unidade para produção de motores que, além de serem exportados, equiparão os modelos Fiat e Jeep produzidos em Minas Gerais e em Pernambuco.
De acordo com dados da empresa, serão gerados 1.200 empregos, divididos entre a nova linha de montagem e a cadeia de fornecedores.
Com o anúncio do investimento, o valor aplicado pelo grupo no Brasil entre 2018 e 2024 chegará a R$ 16 bilhões. R$ 7,5 bilhões estão sendo direcionados para Goiana (PE), onde há produção de modelos Jeep e da picape Fiat Toro. Os R$ 8,5 bilhões restantes irão para Betim.
Os novos motores 1.0 e 1.3 serão turbinados e terão três ou quatro cilindros, respectivamente. Todas as opções trarão tecnologia flex no mercado nacional, podendo ser abastecidos com gasolina ou etanol.
A construção da fábrica é uma necessidade: a empresa precisa de motores mais eficientes para equipar seus carros mundialmente e assim atender a demandas mais severas dos programas de controle de emissões. É também uma aposta na retomada do mercado brasileiro.
Segundo Mike Manley, presidente mundial do grupo FCA, cerca de 25 novos carros serão lançados no país pelas marcas Fiat, Jeep e RAM até o término do ciclo atual de investimentos.
O executivo afirma que a escolha do Brasil para a nova fábrica se deve à capacidade de atender a toda cadeia de manufatura na região. Segundo representantes do grupo FCA, outros países teriam entrado na disputa por esse investimento.
“Apesar de o Brasil ter passado por uma recessão profunda, há sinais de recuperação. Se a gente olhar as habilidades que existem aqui em comparação com outros lugares, a equipe local se mostrou muito capaz”, disse Manley durante visita ao polo da Fiat em Betim.
De acordo com Manley, os motores serão exportados principalmente para a Europa.
Os contratos incluem também os motores que já são produzidos em Betim, Goiana e Campo Largo (PR). O executivo calcula que cerca de 400 mil unidades serão enviadas para outros países até 2022. A produção atende também a mercados latino-americanos.
Ao justificar a escolha do Brasil, o executivo afirma ter uma visão de longo prazo, tentando enxergar além das questões cambiais do momento, por exemplo. Ele diz acreditar no desenvolvimento do mercado automotivo nacional a partir das propostas de reforma que estão sendo feitas pelo setor de Economia do governo Bolsonaro.
O grupo FCA Fiat Chrysler é líder de mercado no segmento de utilitários esportivos com os modelos Jeep (Renegade e Compass). Contudo, a rentabilidade poderia ser melhor: grande parte dos licenciamentos ocorre por meio da venda direta a frotistas, com grandes descontos e menor rentabilidade.
A marca Fiat também está em processo de recuperação de mercado. A linha de produtos passa por renovação, com modelos novos e antigos convivendo nas lojas. Entre os lançamentos recentes, o compacto Argo e a picape Toro se destacam em vendas.
A nova linha de motores, que será chamada de Firefly Turbo, também tenta tornar os produtos mais atraentes, com menor consumo.
A empresa desenvolve também uma opção turbinada movida apenas a etanol chamada E4, que busca reduzir as diferenças de consumo em relação à gasolina. Essa será uma alternativa para reduzir as emissões de CO2 (gás carbônico).
O jornalista viajou a convite do grupo FCA
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.