Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Bolsonaro vai discursar sobre inovação digital no G20

Presidente deve destacar medidas para redução de burocracia e abertura econômica que governo pretende adotar

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Osaka (Japão)

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) será um dos principais palestrantes no grupo que discutirá inovação digital durante reunião de cúpula do G20 que tem início nesta sexta-feira (28) em Osaka, no Japão. 

O assunto é um dos sete a serem debatidos durante a cúpula, que tem duração de dois dias. Além do presidente brasileiro, outros três líderes vão falar sobre o tema. 

Entre os tópicos escolhidos para essa edição, estão comércio e investimento; meio ambiente e energia; e empoderamento feminino. 

Antes mesmo da reunião começar, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse a parlamentares alemães que vê com grande preocupação as ações do governo brasileiro em relação ao desmatamento.

"Assim como vocês, vejo com grande preocupação a questão das ações do presidente brasileiro [em relação ao desmatamento] e, se ela se apresentar, aproveitarei a oportunidade no G20 para ter uma discussão clara com ele", afirmou a chanceler.

Ao chegar ao Japão para participar da reunião do G20, Bolsonaro disse que não aceitará advertências de outros países ao comentar declaração da chanceler alemã, Angela Merkel, sobre estar preocupada com o desmatamento no Brasil.

"Eles [alemães] têm a aprender muito conosco. O presidente do Brasil que está aqui não é como alguns anteriores que vieram aqui para serem advertidos por outros países. Não, a situação aqui é de respeito para com o Brasil. Não aceitaremos tratamento como no passado de alguns casos de chefes de estado que estiveram aqui", disse, sem citar exemplos a quem se referia.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também sinalizou que pretende questionar ações do governo brasileiro. Nesta quinta-feira, Macron afirmou que não assinará nenhum acordo comercial com o Brasil caso o presidente Jair Bolsonaro saia do acordo climático de Paris, ameaçando colocar em risco os trabalhos de negociações comerciais entre União Europeia e Mercosul.

“Se o Brasil deixar o acordo de Paris, até onde nos diz respeito, não poderemos assinar o acordo comercial com eles”, disse Macron a jornalistas no Japão, antes da reunião do G20.

Há seis meses no cargo, esta é a primeira vez que Bolsonaro irá ao encontro anual que reúne os líderes das 20 maiores economias do mundo.

Em janeiro, quando estava há menos de um mês no cargo, estreou em eventos mundiais como presidente ao viajar para Davos, na Suíça, para o Fórum Econômico Mundial.

Ao seleto grupo, formado pela elite econômica e política global, o presidente adotou um discurso genérico. Falou por apenas oito minutos e não detalhou a pauta de reformas que pretende imprimir em seu governo. 

Se em Davos havia grande expectativa do recém-eleito presidente, a participação do Brasil em Osaka deverá ser tímida, com uma comitiva de apenas dois ministros e num momento em que o país está fora do foco global. 

Os olhares devem se voltar para os presidentes da China, Xi Jinping, e dos EUA, Donald Trump. É esperado que tenham encontro privado para debater a guerra comercial travada entre os dois países. 

Em seu discurso, Bolsonaro deve falar sobre iniciativas bem-sucedidas no campo da inovação tecnológica no Brasil, como o sistema bancário e o sistema de declaração do Imposto de Renda.

Além disso, ele dirá que seu governo pretende criar medidas que reduzam a burocracia e abram a economia brasileira para o mundo. 

Em artigo para o livro “G20 Japão: Cúpula de Osaka”, lançado sob a organização do pesquisador John Kirton, do grupo de estudos do G20 na Universidade de Toronto, Bolsonaro escreveu que seu governo “está transformando o sistema de incentivos para encorajar competição, empreendedorismo e inovação”. 

Devem entrar também na pauta de discussões sobre inovação digital o uso de tecnologias que levem em conta o envelhecimento populacional e a adoção de novas medidas de comércio digital, a fim de gerar mais eficiência nas trocas entre vários países.

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