Ao menos duas empresas desistem de participar de megaleilão do pré-sal

BP e Total ficam fora do certame marcado para o dia 7

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Rio de Janeiro

Ao fim do prazo para o depósito de garantias para o megaleilão de áreas do pré-sal, ao menos 2 das 14 empresas inscritas anunciaram que estão fora da disputa, agendada para o dia 7.

A ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) informou que não divulgará quantas continuam no páreo. A entrega das garantias de oferta é obrigatória para garantir presença no leilão.

Na terça (29), em teleconferência com analistas, a britânica BP disse que já havia comunicado à ANP sua desistência. A empresa segue os passos da francesa Total, que já anunciou no início do mês a decisão de não participar.

Na teleconferência de terça, diretor financeiro da BP, Brian Gilvary, não explicou as razões da desistência. Em julho, porém, o presidente da companhia, Bob Dudley, havia dito que o leilão “parece muito caro”. 

Em nota no início do mês, a Total alegou que o processo não lhe oferece a oportunidade de ser operadora, ou líder do consórcio responsável pelas áreas —embora a Petrobras tenha optado por liderar apenas duas das quatro áreas oferecidas.

No leilão, o governo oferecerá quatro descobertas já feitas pela Petrobras no pré-sal da bacia de Santos. A maior delas é a área de Búzios, hoje a principal produtora de petróleo do país, cujo bônus mínimo será de R$ 68,2 bilhões.

A segunda maior, Sépia, tem bônus de R$ 22,8 bilhões. O bônus mínimo de Atapu é R$ 13,7 bilhões, e o de Itapu, R$ 1,7 bilhões. A Petrobras anunciou que disputará Búzios e Itapu, o que garante ao governo uma arrecadação mínima de R$ 70 bilhões.

Entre as outras 12 empresas inscritas, o mercado tem dúvidas sobre a participação daquelas de menor porte, como a colombiana Ecopetrol, a alemã Wintershall e a portuguesa Galp, diante do alto desembolso necessário para participar de consórcios.

Reunidas em evento no Rio nesta semana, as gigantes do setor preferiram não confirmar se estarão presentes, embora em geral tenham declarado que o Brasil está entre as prioridades em seus portfólios de investimentos.

Na abertura do evento, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, chegou a dizer que “diversas empresas” apresentaram garantia. O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, disse que ao menos 70% da arrecadação está garantida com a participação da Petrobras.

Analistas dão como certa a participação da americana Exxon e da anglo-holandesa Shell, por exemplo. A também americana Chevron e a norueguesa Equinor têm tido presença ativa nos últimos leilões de petróleo realizados no país.

A grande dúvida no mercado é se haverá disputa pelas áreas ou se o alto investimento levará as empresas a se juntarem à Petrobras, que repetiu duas vezes nesta semana que entrará para ganhar na disputa pelas duas áreas.

Nos leilões do pré-sal, o bônus de assinatura é fixo e vence o consórcio ou empresa que se comprometer a entregar o maior volume de petróleo para o governo durante a vida útil dos projetos, após o desconto dos custos.

Além do desembolso inicial, as empresas terão de ressarcir a estatal por investimentos já feitos, em um valor estimado em até R$ 120 bilhões, cuja forma de pagamento terá de ser negociada entre as partes.

O governo prometeu dividir a receita do leilão com estados e municípios, que dividirão, cada grupo, 15% da arrecadação. Por estar em frente às reservas, o Rio ficará com 3%.

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