O presidente Jair Bolsonaro comemorou nesta terça-feira (22) a aprovação do texto-base da reforma previdenciária pelo Senado e aproveitou para ironizar o o Delegado Waldir (GO), ex-líder do PSL na Câmara, que o xingou de vagabundo na semana passada.
Na capital japonesa, onde se reúne com empresários japoneses e brasileiros, Bolsonaro fez piada com a crítica de que não sabe articular politicamente. O placar no plenário do Senado foi de 60 a 19.
“Foi 60 para a gente. Não articulei nada, não sei articular. Quem articulou foi o Delegado Waldir”, afirmou, sob risos.
Em conversa com um grupo de jornalistas, na qual a Folha estava presente, Bolsonaro fez questão de explicar que a referência a Waldir se tratou de uma brincadeira e relatou que foi informado em tempo real sobre a aprovação.
Ele agradeceu o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pelo empenho na aprovação da proposta e avaliou que os destaques ainda em votação podem desidratar a iniciativa.
"Foi um placar bastante largo. A gente agradece a articulação do Davi Alcolumbre", disse. "É uma sinalização positiva, mas não podemos parar por aí. Vamos dar uma descansadinha, tomar fôlego e partir para outra", acrescentou.
Segundo Bolsonaro, a partir de agora, os focos de seu governo serão as reformas tributária e administrativa. Ele ressaltou que terá prioridade aquela que "for mais fácil de passar" no Poder Legislativo.
"A tributária sempre é complicada, há muito tempo se tenta e não se consegue. Acredito que a administrativa seja de tramitação menos difícil", afirmou.
Em mensagem nas redes sociais, o presidente avaliou a aprovação do texto-base como uma vitória.
“Parabéns povo brasileiro. Essa vitória, que abre o caminho para nosso país decolar de vez, é de todos vocês. O Brasil é nosso”, escreveu.
Depois que o segundo turno for concluído, a reestruturação das regras de aposentadorias e pensões vai à promulgação, quando passará a valer.
A reforma deve atingir mais de 72 milhões de pessoas, entre trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos.
Mas a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) só deve ser promulgada quando Bolsonaro voltar ao Brasil, em novembro.
Bolsonaro enviou a proposta ao Congresso em 20 de fevereiro. Foi necessário, portanto, negociar por pouco mais de oito meses com o Congresso, responsável por aprovar a reforma da Previdência.
O presidente, contudo, ficou distante da articulação e convencimento de parlamentares em favor do projeto.
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