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CCJ do Senado aprova projeto que faz alterações na reforma da Previdência

Chamada de PEC paralela, a proposta permite que estados e municípios possam aderir à reforma; texto segue para o plenário

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Brasília

A CCJ (comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou, por 20 votos a cinco, nesta quarta-feira (6) a proposta com mudanças à reforma da Previdência, que recebeu o aval do Congresso em outubro.

Chamado de PEC (proposta de Emenda à Constituição) paralela, o projeto inclui ajustes defendidos por senadores à reestruturação das regras de aposentadoria e pensões de trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos.

O texto agora segue para plenário. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), ainda tenta um acordo político para que a votação ocorra na tarde desta quarta. Mas a votação pode ficar para a próxima semana.

O principal objetivo dessa PEC é permitir que a reforma seja estendida para servidores estaduais e municipais.

Estados e municípios também passam por uma crise nas contas públicas, pressionadas com a alta nos gastos com aposentadorias e pensões.

 

Para incentivar o ajuste fiscal nesses entes, tramita no Senado, com apoio do governo, uma proposta para que governadores e prefeitos possam replicar o endurecimento das regras previdenciárias para os servidores.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), é o relato da PEC paralela, que trata de pontos retirados do projeto de reforma da Previdência - Pedro Ladeira-01.out.19/Folhapress

Bastaria a aprovação de um projeto de lei nas respectivas assembleias e câmaras municipais. Isso facilita o trabalho desses governantes, que não precisariam fazer a própria reforma.

O relator, Tasso Jereissati (PSDB-CE), criou ainda a possibilidade de que estados e municípios revejam essa decisão. A revogação também seria por projeto de lei.

Nesta quarta, ele apresentou novas mudanças à PEC paralela, que beneficiam profissionais da área de segurança.

A pedido do senador Major Olímpio (PSL-SP), o relator passou a permitir que agentes municipais, agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e peritos criminais possam ter regras de aposentadoria mais vantajosas.

A PEC paralela também flexibiliza a regra de transição para mulheres que se aposentarem por idade.

É a população mais pobre que se aposenta por idade. Hoje, essas mulheres precisam cumprir 60 anos de idade e 15 anos de contribuição.

Trabalhadores de renda mais alta e que conseguem se manter em um emprego formal por mais tempo se enquadram na aposentadoria por tempo de contribuição, que acabará gradualmente após a transição da reforma da Previdência.

Jereissati suavizou as regras para mulheres que já estão no mercado de trabalho e querem se aposentar por idade. 

Outra mudança prevista à reforma da Previdência é no tempo mínimo de contribuição para homens que ainda vão entrar no mercado de trabalho.

A reestruturação já aprovada pelo Congresso estabelece um período de 20 anos de contribuição. A PEC paralela reduz essa exigência para 15 anos.

Jereissati também incluiu um artigo para que exportações rurais sejam taxadas como forma de contribuição previdenciária.

A PEC paralela prevê um cálculo mais vantajoso na aposentadoria por incapacidade em caso de acidente, deficiência ou doença neurodegenerativa.

O governo não divulgou uma estimativa atualizada do impacto do projeto nas contas públicas.

Por mexer na Constituição, a proposta precisa do apoio de 49 dos 81 senadores e em dois turnos de votação. Após aprovado, o projeto seguirá para a Câmara, que, no primeiro semestre, rejeitou a ideia de estender a reforma da Previdência a estados e municípios.

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