Governo paulista faz acordo com Fórum Econômico Mundial para incentivar Indústria 4.0

Estratégia integra programa estadual mais amplo que visa criar 'Vale do Silício brasileiro' no entorno do Rio Pinheiros

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São Paulo

O governo de São Paulo e o Ministério da Economia anunciaram nesta quinta-feira (7) um acordo com o WEF (Fórum Econômico Mundial) para adotar políticas da organização e acelerar pequenas e médias empresas de manufatura no âmbito da Indústria 4.0, termo que designa a fase industrial guiada por automação avançada e inteligência artificial.

O programa piloto vai implementar 11 políticas para o desenvolvimento de 130 pequenas e médias empresas. Essas diretrizes incluem aporte financeiro do setor privado, acesso a suporte especializado e treinamento de funcionários com apoio do WEF.

A organização internacional criou em 2017 o Centro para a Quarta Revolução Industrial, que receberá um braço de estudos em São Paulo, no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), a ser aberto durante o evento do fórum para a América Latina, em maio de 2020. A Bracell foi a primeira patrocinadora do projeto e a farmacêutica AstraZeneca está em fase final de negociação, segundo o governo.

A iniciativa é incluir São Paulo em uma rede internacional que reúne setor privado, organizações e governos para debater protocolos de governança e de regulação de sistemas de inteligência artificial e de automação para áreas como saúde, agricultura e indústria.

"É para criar regulação e governança de tecnologia. Drones são fundamentais para a segurança, por exemplo, mas não temos uma regulação definida para escala de drones no setor privado", afirmou Patricia Ellen da Silva, secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado.

O governo de João Doria também diz que avançou no projeto do Citi (Centro Internacional de Tecnologia e Inovação), que incentiva a ocupação de empresas e de centros de inovação em áreas no entorno do Rio Pinheiros. A ideia é criar o que o governo chama de Vale do Silício brasileiro.

A primeira etapa, em andamento, consiste na abertura do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) para startups e companhias mais maduras que queiram se alocar no espaço para investir em pesquisa ou desenvolvimento. As outras etapas incluem projetos para as áreas do Emae, do Parque do Jaguaré e do Ceagesp, a depender da realocação do entreposto. A ideia é criar "hubs" de empreendedorismo e tecnologia com universidades, empresas e órgãos públicos. 

No IPT, cujo orçamento é da ordem de R$ 200 milhões, o Estado entra com a metade. "Na parte das startups, entramos com retrofit e estamos captando recursos privados. Foram R$ 7 milhões para acomodar empresas que no poderiam arcar." 

A iniciativa integra um programa mais amplo do governo federal que usa recursos do Finep e do BNDES para que empresas acompanhem as transformações digitais da indústria.
 
"Nossa linha é conceder crédito em condições especiais para empresas adotarem tecnologias 4.0. Não pretendemos usar recurso orçamentário para isso, temos parceiros e demanda", disse Carlos da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade.

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