Operação da PF mira ex-diretor da Aneel suspeito de movimentar R$ 12 mi

Entre 2014 e 2015 houve um aumento significativo de depósitos nas contas vinculadas do executivo

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Rio de Janeiro | Reuters

A Polícia Federal cumpre nesta sexta-feira (22) dois mandados de busca e apreensão em Brasília, relativos à Operação Elétron, que apura possível recebimento indevido de valores por um ex-diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

De acordo com documento judicial visto pela Reuters, a investigação apura o suposto envolvimento do ex-diretor Edvaldo Alves de Santana.

As buscas, segundo a PF, ocorrem com apoio da CGU (Controladoria-Geral da União). O nome do ex-diretor não foi revelado.

O inquérito policial, instaurado em 2016, teve início a partir de nota técnica da CGU, que identificou indícios de irregularidades em decisões tomadas por diretores da reguladora entre os anos de 2010 e 2013, contrariando os pareceres técnicos da própria agência em benefício de empresas de energia, segundo a PF.

Os prejuízos aos cofres públicos, segundo a PF, seriam de mais de R$ 12 milhões.

Trabalhador do setor energético em Itumbiara
Trabalhador do setor energético em Itumbiara, Goiás - Ueslei Marcelino/Reuters

Procurada, a Aneel afirmou em nota que está à disposição das autoridades para colaborar e prestar todos os esclarecimentos necessários às investigações.

"A Aneel procura sempre robustecer seus mecanismos de controle e tem um processo decisório transparente e alinhado com as melhores práticas mundiais de regulação", afirmou na nota.

A PF apontou que o ex-diretor, após deixar a agência, foi nomeado diretor de 13 empresas de energia e que teria constituído uma empresa de consultoria na área onde recebeu diversas transferências e depósitos de companhias do setor.

"A apuração mostrou que entre os anos 2014 e 2015 houve um aumento significativo de depósitos nas contas vinculadas ao ex-diretor e sua empresa, de aproximadamente 300% em relação aos anos de 2011 a 2013", afirmou a PF.

A investigação apontou ainda que grande parte dos valores depositados não consta na declaração de ajuste anual dos dois anos.

"Os indícios apontam que tais transferências são uma contraprestação pelos benefícios obtidos pelas empresas em face das decisões tomadas pelo então diretor da Aneel."

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