Descrição de chapéu

Vale a pena investir na revitalização do centro de São Paulo

Região guarda beleza urbanística que se esconde em labirinto de ruas, passarelas, viadutos, prédios históricos e monumentos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Patricia Audi

Quando tenho a oportunidade de caminhar pelo Centro de São Paulo, gosto de admirar a beleza urbanística que se esconde em seu labirinto de ruas, passarelas, viadutos, prédios históricos e monumentos.

Penso sempre no exemplo de outras grandes cidades ao redor do mundo, que conseguiram transformar suas velhas paisagens de concreto, deterioradas pelo tempo e pela ocupação populacional irregular, em exemplos de revitalização.
 
Temos exemplos em diversos continentes, mostrando que é possível reverter a degradação de bairros localizados nas regiões centrais, unindo as iniciativas pública e privada para devolver a segurança, preservar o patrimônio histórico e estimular a utilização responsável dos espaços. Ganham a população local e os milhares de turistas que visitam as grandes capitais.
 
Em Nova York, por exemplo, quem hoje passeia pela iluminada Time Square vê um cenário muito diferente do que era retratado nos filmes da década de 1980, quando a região sofria com a falta de segurança e ainda abrigava bares e cinemas decadentes.

Com a política de “tolerância zero”, nos anos 1990, a criminalidade caiu drasticamente e o fluxo de turistas aumentou. Hoje, mais de 50 milhões de pessoas visitam o local todos os anos.
 
Em Londres, a área do Soho também passou por uma transformação considerável na década de 80, mudando seu perfil e transformando-se em um distrito moderno, multicultural, que abriga finos restaurantes e cafés, lojas de todos os tipos, bares de jazz e a famosa Carnaby Street.
 
A revolução urbana realizada em Barcelona, com as melhorias para sediar as Olimpíadas de 1992, converteu Las Ramblas, o famoso calçadão que atravessa a parte central da cidade, em um novo pólo cultural, com shopping centers, cinemas e restaurantes, dando nova vida ao local.

Da mesma forma, Buenos Aires transformou Puerto Madero, antiga área portuária desativada, num dos principais pontos turísticos da capital.
 
Aqui no Brasil, temos o exemplo do Porto Maravilha, projeto que revigorou completamente a região portuária do Rio de Janeiro e deu à cidade pontos turísticos de destaque internacional, como o Museu do Amanhã e o Aquário do Rio, que temos a honra de apoiar.
 
Na região central de São Paulo, maior cidade da América Latina, também vivemos um momento importante. Depois de anos de degradação e aumento da insegurança, o Centro começa a receber iniciativas que apontam para um novo caminho, com a recuperação do patrimônio urbanístico da cidade.
 
Transformamos um dos pontos turísticos mais emblemáticos de São Paulo, o antigo edifício Altino Arantes, em um novo centro de empreendedorismo, cultura e lazer para a sociedade. Inauguramos em janeiro de 2018 o Farol Santander, como o símbolo de uma cidade contemporânea, que aponta para o futuro e preserva as referências do passado.
 
Criamos um elemento de conexão entre os cidadãos, sua capacidade, identidade cultural e relação social afetiva, atraindo as pessoas para um dos pontos mais conhecidos do Centro de São Paulo. Queremos promover a discussão de ideias, sinalizando caminhos. 
 
Ao longo dos 35 andares do Farol Santander, reservamos espaços para exposições fixas e itinerantes, com um olhar para o futuro, sem esquecer do passado que ajudou a construir este símbolo de São Paulo. Montamos um café no mirante do prédio, uma das vistas mais impressionantes da cidade. Com essas e outras atrações, já recebemos mais de 600 mil pessoas no Farol Santander desde sua inauguração.

 Para incentivar o empreendedorismo, criamos também a Arena de Economia Criativa, um local dedicado ao debate sobre este tema, promovendo encontros e palestras abertas ao público. Além disso, inauguramos recentemente no prédio três empresas que fazem parte do ecossistema Santander e possuem papel estratégico nos negócios da companhia. Também acolhemos lá outras empresas parceiras, de modo a ocupar e trazer mais vida, inovação e tecnologia para o Centro de São Paulo.
 
Há algumas semanas, transformamos a rua João Brícola no maior palco aberto do São Paulo Fashion Week, que teve como palco do seu desfile inaugural as calçadas ao redor do coreto, povoando com luz e beleza um sábado de outubro. E, na mesma época, levamos toda a área de investimentos do banco para outros edifícios na mesma rua.
 
Este movimento de revitalização tem mobilizado o comércio local e diversas empresas, como a B3, nossa parceira em um projeto urbanístico apresentado à Prefeitura que pretende transformar o entorno da Praça Antônio Prado, com um conceito contemporâneo, mas  que respeita as características de um endereço marcante na história da cidade. Temos atuado de forma ativa no resgate e recuperação do patrimônio histórico do antigo centro financeiro. Em dezembro, realizaremos um grande espetáculo natalino na esquina do calçadão da Rua João Brícola com a Rua Boa Vista, espaço que batizamos de Quarteirão de Investimentos, após levar para dois prédios no local as nossas áreas relacionadas a investimentos. Assim reafirmamos nossa crença na retomada do Centro como referência cultural e econômica para a cidade.
 
Estamos determinados a devolver ao Centro a importância merecida. Para isso, as empresas envolvidas precisam contar com o apoio e a parceria das autoridades para superar obstáculos e dificuldades que venham a desestimular o retorno da atividade econômica para o coração da cidade. Só o diálogo entre o setor privado e o setor público pode fazer com que essa transformação na capital financeira do País alcance o ritmo da era digital. Que o Farol seja a fagulha inicial. É hora de trazer luz ao tema e fazer acontecer, hoje, as mudanças que desejamos para o futuro
 
Patricia Audi é Vice-presidente de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander Brasil

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.