40% de restaurantes podem fechar em SP; demissões chegam a 900 mil no país, estima entidade

Enquente da Abrasel diz que 60% dos empresários do setor defendem isolamento com retorno gradual

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São Paulo

Quarenta por cento dos bares e restaurantes de São Paulo podem fechar as portas em definitivo até o término da crise de coronavírus, estimam empresários ouvidos pela Abrasel (Associação de Bares e Restaurantes) São Paulo.

A entidade realizou uma enquete online em que 125 associados, que representam 375 estabelecimentos do estado, responderam sobre a permenência nos negócios pós-Covid 19. A maioria deles, cerca de 70%, respondeu que prevê o fechamento de 40% dos bares e restaurantes após a crise.

A projeção é baseada em uma enquete, portanto não tem números conclusivos ou caráter estatístico oficial.

A expectativa de Percival Maricato, presidente da Abrasel SP, é que 900 mil empregos tenham sido extintos do setor no país. O número é semelhante ao da ANR (Associação Nacional de Restaurantes), que projetou 1 milhão de cortes.

​“O passivo só cresce e as pessoas estão preocupadas em equacionar as contas. Além da dificuldade atual com a pandemia e o isolamento, restaurantes estão com receio do período posterior, o da recessão”, diz Percival.

A grande maioria das empresas, segundo ele, está adotando as medidas anunciadas pelo governo federal para segurar empregos, com corte de salários e redução de jornadas. Há muitos que realocam equipes para dar conta do delivery.

Para 59% dos entrevistados, entretanto, o auxílio não foi suficiente. Para 35%, foi, mas o processo trancou pelo atraso e pela dificuldade de acesso à crédito nos bancos.

Dos entrevistados, 61% defendem o isolamento social e que a volta da atividade econômica ocorra de modo gradual e seguro. Outros 20% defendem isolamento total e 14% a reabertura.

A quarentena em São Paulo vai até 10 de maio, pelo menos, para todos os municípios do estado. Fica proibido até lá a abertura de restaurantes, que só podem operar por delivery.

Os restaurantes se preparam para o retorno com protocolos sanitários diferentes, quando o “o novo normal” do comércio gastronômico deve incluir distanciamento de 1,5 metro entre mesas, rotinas acentuadas de higienização, uso de máscara por empregados e pela clientela.

Outra pesquisa do setor, divulgada no dia 17 de abril pela ANR, diz que 76,11% dos bares e restaurantes já demitiram funcionários durante a pandemia no Brasil. O total de desligamentos chegaria a 1 milhão.

A ANR questionou associados sobre a manutenção dos negócios pós-coronavírus. As respostas foram mais otimistas em relação à pesquisa da Abrasel SP: 78,57% disseram que poderão manter o negócio aberto, enquanto 21,43% afirmaram que não deverão reabrir.

A ANR representa mais de 9 mil pontos comerciais do país, entre redes, franquias e restaurantes independentes. Antes da crise, o setor empregava cerca de 6 milhões de trabalhadores.

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