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Brás tem aglomerações e filas apesar de movimento fraco nos shoppings em dia de reabertura

Circulação nas ruas foi intensa, e filas nas portas de shoppings não respeitaram regra de distanciamento

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São Paulo

A reabertura dos shoppings no Brás, tradicional bairro de comércio de São Paulo, começou devagar nesta quinta (11), apesar do trânsito intenso, filas e movimento grande nas ruas do bairro.

Lojistas e vendedores ouvidos pela Folha disseram que o movimento estava abaixo do esperado. Alguns apontaram que a ausência de ônibus com consumidores de outras cidades, comuns no bairro, contribuíram para esse cenário.

Corredores vazios e lojas fechadas, no entanto, não impediram que alguns pontos de venda tivessem aglomeração de clientes. Todos utilizavam máscaras no interior dos centros de compras.

O comércio no bairro acontece nos shoppings, lojas de rua, e calçadas, onde clientes compram em varejo ou atacado. Nos shoppings, as lojas são no formato box, em geral pequenas, com pouco espaço interno, e produtos expostos em vitrines e corredores. Muitos centros de compras têm corredores apertados.

Todos os centros visitados pela Folha mediam a temperatura dos clientes e forneciam álcool em gel na entrada, como definido pela prefeitura. Dentro, porém, apenas marcações de fluxo único de movimento, ignorada por funcionários e clientes, e álcool em gel disponível nas lojas.

Filas foram formadas na porta dos shoppings para entrada controlada de clientes. Nenhuma fila foi feita de forma organizada ou respeitou a distância de um metro e meio exigida pelo protocolo negociado entre lojistas a prefeitura.

Os shoppings foram autorizados a abrir, com restrições, na capital paulista após 83 dias fechados. Eles só podem abrir por quatro horas, e em apenas dois períodos: das 6h às 10h, ou das 16h às 20h. No Brás, a maioria deles escolheu o primeiro horário.

Um dia antes, na quarta (10), foi o comércio de rua que reabriu as portas.

Raros corredores e lojas tinham marcações para delimitação de distância de um metro e meio entre pessoas, outra exigência. Nenhum shopping visitado fazia contagem de clientes para que fosse respeitada a regra de, no máximo, 20% da capacidade de lotação.

Kelly Santos foi com a sogra comprar roupas de frio para revenda. Para elas, compras online não compensam, porque não dá para verificar qualidade, e o frete encarece a compra. Elas pretendiam gastar no máximo R$ 4 mil, valor abaixo do reservado para os produtos antes da pandemia.

Santos avalia que aglomerações são inevitáveis e que, por isso, a reabertura não parece correta, mesmo que necessária para lojistas e clientes. Ela estava em uma loja que não permitia a entrada de consumidores, mas pessoas se reuniam sem distanciamento no corredor. Não havia fiscalização.

Exemplo disso foi o Shopping 25 de Março, na rua Barão de Ladário, exceção de centro com bom movimento interno. Os corredores estavam movimentados e havia fila para entrada, sem distanciamento entre pessoas, e na rua. A fila se misturava com carregadores de mercadoria, carros estacionados, ônibus e vendedores informais.

Se por um lado os corredores fechados dos shoppings tiveram baixa circulação, por outro o comércio informal de ambulantes nas ruas e calçadas do Brás estava intenso.

Muitos vendedores expunham suas mercadorias lado a lado, sem distanciamento, enquanto a população se espremia no curto corredor que restava para passagem. O distanciamento era impraticável e, diferente dos shoppings, muitas pessoas estavam sem máscara.

Apesar da presença de funcionários da prefeitura e da Polícia Militar pelas ruas mais movimentadas, não houve qualquer intervenção para que as exigências de distanciamento social fossem respeitadas nas ruas.

Principais regras para reabertura dos shoppings na cidade de São Paulo

  • Não promover evento de reabertura do shopping;

  • Não promover eventos nem atividades que possam atrair grande número de pessoas;

  • Monitorar a quantidade de pessoas presentes no shopping ou centro comercial, estabelecendo o distanciamento entre as pessoas;

  • Ter como princípio a redução da densidade ocupacional do shopping, limitando a 20% a ocupação habitual dos ambientes no caso da Cidade de São Paulo se encontrar na classificação laranja;

  • As lojas poderão funcionar, mas cinemas, entretenimento, atividades para crianças e similares permanecem fechados.

  • Ter como premissa o distanciamento mínimo de 1,5 metro entre as pessoas;

  • Orientar filas e demarcar o piso para que seja respeitado o distanciamento;

  • Caso se formem filas do lado de fora do estabelecimento, se responsabilizar pela organização da mesma, observando o distanciamento de 1,5 metro entre as pessoas;

  • Adotar medidas para evitar qualquer tipo de aglomeração de pessoas nas calçadas em frente aos estabelecimentos;

  • Exigir o uso de máscaras por todos os clientes e colaboradores;

  • Disponibilizar álcool em gel 70% para uso obrigatório na higienização das mãos.

Fonte: Diário Oficial da cidade de São Paulo

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