Claro, TIM e Vivo formalizam proposta para comprar telefonia móvel da Oi

Preço mínimo estabelecido pela tele, em recuperação judicial, é de R$ 15 bi

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São Paulo

A TIM Brasil, a Telefônica Brasil (Vivo) e a Claro formalizaram uma proposta conjunta pela unidade móvel da Oi, operadora que pediu recuperação judicial em 2016 com uma dívida, à época, de R$ 65 bilhões.

O valor da proposta não foi divulgado. A Oi estabeleceu um preço mínimo de R$ 15 bilhões pelos seus ativos móveis. A empresa quer usar o dinheiro da venda para financiar o crescimento da sua banda larga de fibra ótica e pagar dívidas, tentando escapar da proteção de insolvência.

Logotipo da Oi em loja da tele em São Paulo
Logotipo da Oi em loja da tele em São Paulo - Paulo Whitaker - 18.jul.18/Reuters

Segundo documentos apresentados neste sábado (18) à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), as teles disseram que pediram à Oi o direito de cobrir potenciais propostas que a empresa brasileira possa ter recebido pelos ativos, que serão divididos pelas três operadoras.

De acordo com dados da consultoria Teleco, a Oi é a quarta colocada no mercado de telefonia móvel no país, com participação 16,28%. A primeira é a Vivo, com 33,01%, seguida pela Claro/Nextel, com 25,97%, e pela TIM, com 23,20%. Os índices são relativos a maio.

Segundo duas fontes com conhecimento do assunto disseram à agência Reuters, houve uma segunda proposta de um investidor estratégico estrangeiro com pequena presença no Brasil.

Para escolher o vencedor, a Oi não levará em conta apenas o valor da proposta, mas também qual grupo pode garantir a aprovação dos órgãos reguladores para o negócio mais rapidamente.

A TIM Brasil e a Telefônica Brasil disseram, em maio, que planejavam uma proposta conjunta pelos negócios da Oi móvel, apesar da pandemia de Covid-19, sem mencionar a Claro.

“A transação, se completa, deve acrescentar valor para todos os acionistas e clientes, com mais crescimento, geração de eficiências operacionais e melhora na qualidade dos serviços”, afirmaram os três candidatos, em comunicados.

A venda da operadora móvel da Oi foi a solução encontrada pelos atuais acionistas para garantir que a empresa desponte em um cenário mais competitivo.

Em conversas com representantes do governo e da Anatel, o presidente da companhia, Rodrigo Abreu, deixou claro que a empresa pretende se tornar uma grande fornecedora de infraestrutura fixa —rede e serviços— para concorrentes em todo o país, especialmente na instalação das redes de 5G.

Está prevista para agosto uma nova assembleia de credores, por meio da qual a Oi buscará aprovar ajustes ao plano original de recuperação judicial. A companhia prevê a venda de ativos da operação móvel, de torres, de data center e de parte da rede de fibra óptica.

Segundo balanço do primeiro trimestre, o total da dívida financeira da Oi era de R$ 24 bilhões. A dívida que está na recuperação judicial é ainda maior, porque inclui outros créditos, como aqueles obtidos com a Anatel.

​Em outro comunicado, a Oi afirmou que recebeu proposta de R$ 1,08 bilhão pela unidade de torres da Highline do Brasil 2 Infraestrutura de Telecomunicações S.A.

Com Reuters; colaborou Ana Luiza Albuquerque, do Rio

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