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Confira seleção de Martin Wolf de livros para o segundo semestre

Novo Piketty e obra sobre renda básica universal estão entre indicações do colunista do Financial Times

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Londres

O jornal britânico Financial Times divulgou na última semana de junho a lista de melhores obras lidas por seu colunista Martin Wolf. Nas recomendações de leitura para o segundo semestre deste ano estão o novo livro de Thomas Piketty, obras sobre desaceleração no século 21 e também sobre renda básica universal. Veja algumas das obras selecionadas por Wolf abaixo.

More: The 10,000 Year Rise of the World Economy
(Mais: os 10 mil anos de ascensão da economia mundial)
Philip Coggan, Profile Books, R$ 223 (R$ 93,02 versão digital), 480 págs.

Philip Coggan, da revista The Economist, oferece um relato lúcido e abrangente sobre a transformação do planeta nos últimos 10 mil anos. A humanidade criou uma economia mais produtiva e que se globalizou. As duas realizações se relacionam, e por trás delas há uma força poderosa e erroneamente impopular: o comércio internacional.

Trade is Not a Four-Letter Word: How Six Everyday Products Make the Case for Trade
(Comércio não é palavrão: como seis produtos de uso cotidiano justificam o comércio internacional)
Fred P. Hochberg, ed. Avid Reader Press, R$ 150,44 (R$ 79,74 versão digital), 336 págs.

O comércio internacional não é um complô contra as pessoas que trabalham com afinco. Pelo contrário: é uma fonte de bens e serviços variados, mais baratos e mais confiáveis. O livro de Hochberg traz relato claro sobre os motivos por que o comércio internacional é importante, por que a oposição do atual governo americano ao comércio é estúpida e sobre o que precisa ser feito para que o comércio beneficie os EUA.

Trade Wars are Class Wars
(Guerras comerciais são guerras de classes)
Matthew C. Klein e Michael Pettis, Yale University Press, R$ 136,10 (R$ 129 versão digital), 288 págs.

O argumento central desta obra é o de que um conflito mundial entre classes econômicas é visto como uma série de conflitos entre países com interesses concorrentes. “O perigo é a repetição do que ocorreu na década de 1930, quando um rompimento da ordem econômica solapou a democracia e encorajou o nacionalismo.” Políticas que gerem desigualdade e poupança privada em excesso precisam ser abandonadas para restaurar a estabilidade econômica.

Basic Income and Sovereign Money: The Alternative to Economic Crisis and Austerity Policy
(Renda básica e dinheiro soberano: a alternativa à crise econômica e à política de austeridade)
Geoff Crocker, ed. Palgrave MacMillan, R$ 390 (R$ 327,90 versão digital), 114 págs.

Vivemos na era de propostas radicais de política pública, em resposta ao fracasso dos países de alta renda na criação de estabilidade econômica para a maior parte de suas populações. Crocker oferece uma proposta simples: a provisão de uma renda básica universal bancada pela criação do “dinheiro soberano”. Essa proposta representa um polo importante no debate atual sobre o futuro de nossas sociedades e economias.

Capital e Ideologia
Thomas Piketty, ed. Intrínseca, R$ 99,90 (R$ 62,61 versão digital), 1.056 págs.

Só Piketty ousaria escrever um livro de mais de mil páginas com a expectativa de que se torne best-seller. Mas é preciso duvidar de que seu novo trabalho venha a ser bem lido. Mesmo assim, trata-se de um trabalho de imensa erudição sobre a história da desigualdade. Também contém análise penetrante da política contemporânea, especialmente os fracassos do que Piketty define como “a esquerda de elite”, bem como um novo e radical programa de igualitarismo socialista.

Fully Grown: Why a Stagnant Economy is a Sign of Success
(Crescimento completo: por que uma economia estagnada é sinal de sucesso)
Dietrich Vollrath, The University of Chicago Press, R$ 141,81(R$ 96,24 versão digital), 296 págs.

Por que o crescimento se desacelerou nos países de alta renda, especialmente os EUA? Isso é sinal de fracasso ou de sucesso? Vollrath argumenta em favor da segunda resposta. Assim, as principais razões para a desaceleração no início do século 21 são demográficas —famílias menores e uma população envelhecida— e a transição da produção de bens para os serviços. O fracasso em acelerar o ritmo de crescimento da produtividade nos serviços é notável. Tendo em vista essa realidade, Vollrath está certo.

A World Without Work: Technology, Automation and How We Should Respond
(Um mundo sem trabalho: tecnologia, automação e como deveríamos responder)
Daniel Susskind, ed. Allen Lane, R$ 150,85 (R$ 83,80 versão digital), 320 págs.

\Susskind é tanto otimista quanto pessimista. Acredita que a humanidade esteja a caminho da prosperidade. Mas muitos humanos se tornarão tão economicamente irrelevantes quanto os cavalos acabaram se tornando. Se estiver certo, surgirão questões sérias sobre a distribuição de renda, acesso ao poder, e capacidade de viver vidas significativas.

Poverty is Not Natural
(A pobreza não é natural)
George Curtis, ed. Shepheard-Walwyn, R$ 107,72 (R$ 58,72 versão digital), 120 págs.

Henry George ficou famoso por argumentar que os proprietários de terra eram os maiores beneficiários do progresso. Mas não são eles que criam a riqueza que aproveitam. Beneficiam-se do investimento, da engenhosidade e do trabalho alheios. A resposta, sugeriu George, seria transferir o valor adicionado à terra para as mãos do público. Curtis concorda com a proposta. Não resolveria todos os problemas econômicos e sociais. Mas ajudaria.

Trade and American Leadership: The Paradoxes of Power and Wealth from Alexander Hamilton to Donald Trump
(Comércio internacional e a liderança americana: os paradoxos do poder e riqueza, de Alexander Hamilton a Donald Trump)
Craig VanGrasstek, Cambridge University Press, R$ 267,64 (R$ 170,23 versão digital), 500 págs.

A ordem internacional criada pelos EUA após a 2ª Guerra foi um grande sucesso, diz VanGrasstek. Hoje, “uma reação exagerada contra os excessos percebidos na globalização” ameaça derrubar as fundações dessa ordem. Mas “as políticas anacrônicas de Trump” dificilmente gerarão força. Em vez disso, ameaçam tornar os EUA economicamente impotentes e politicamente empobrecidos.

Tradução de Paulo Migliacci

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