Taurus critica decisão de Bolsonaro de zerar imposto de importação de armas

Em nota, maior fabricante de armas do país disse que vai priorizar investimentos fora do Brasil

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Rio de Janeiro

Maior fabricante de armas do Brasil, a Taurus afirmou que vai priorizar investimentos fora do Brasil após decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de zerar o imposto de importação de armas de fogo, como revólveres e pistolas divulgada nesta quarta-feira (9).

Em nota, a empresa afirmou que, "lamentavelmente, a medida irá acelerar o processo de priorização de investimentos nas fábricas da Taurus nos Estados Unidos e na Índia, em detrimento aos investimentos que iriam gerar mais empregos e riquezas no Brasil".

Segundo a empresa, esse cenário vai levar brasileiros a importarem armas fabricadas pela empresa no exterior em vez de adquira-la no país.

A Taurus afirma ainda que a medida irá afetar a geração de empregos e a arrecadação de impostos, além de prejudicar seus clientes.

Na visão da empresa, a decisão de zerar a tarifa é ruim "para o Brasil e para os brasileiros", em especial nesse momento de grande crise econômica.

A Taurus é dona de uma fábrica na Georgia (EUA) e também tem programada uma futura operação na Índia.

Em nota enviada ao mercado, a empresa disse que o impacto da resolução não causará efeito significativo em suas operações, pois o mercado doméstico é inferior a 15% de suas vendas, cujas margens são inferiores às das exportações.

Linha de produção de pistolas da Taurus, em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul - Diego Vara - 15.jan.2019/Reuters

As ações da empresa fecharam em queda de 9,7% nesta quarta. Na véspera, os papéis subiram 5,68%.

A Taurus declarou ainda que possui mais de 1,1 milhão de pedidos em carteira no mercado americano, o que representa oito meses de vendas.

No ano passado, representantes da indústria nacional de armas já reclamavam da discrepância tributária que prejudica o setor no Brasil em benefício de empresas estrangeiras.

A informação sobre a resolução foi publicada por Bolsonaro em suas redes sociais nesta quarta (9). Ele afirmou que a medida entrará em vigor a partir de janeiro do ano que vem.

O porte e a posse de armas são bandeiras do presidente e seus filhos desde a sua campanha eleitoral.

A expectativa é de que a iniciativa seja oficializada em reunião da Camex (Câmara de Comércio Exterior) marcada para esta quarta. O presidente incluiu a participação no encontro em sua agenda oficial. Não é comum a presença do chefe do Poder Executivo em encontros do órgão de comércio.

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