O Twitter ampliou seu número de usuários durante o trimestre de fim de ano e disse que este continuou aumentando em janeiro, quando expulsou um de seus usuários mais proeminentes, o ex-presidente Donald Trump.

A companhia disse na terça-feira (9) que o crescimento de usuários poderá diminuir neste ano, comparado com os primeiros meses da pandemia de coronavírus --quando muitas pessoas começaram a passar mais tempo online e nas redes sociais--, e que as mudanças de privacidade pendentes na Apple poderão ter um impacto modesto em seu negócio de publicidade.

O Twitter disse que ganhou mais usuários diários em janeiro último do que a média que obteve nesse mês nos últimos quatro anos, mas a empresa não quis dar mais detalhes.

O Twitter normalmente não fornece orientação sobre o crescimento do número de usuários para o trimestre em curso, mas disse que fez uma exceção devido às circunstâncias incomuns, referindo-se à suspensão de Trump da plataforma e ao ataque em 6 de janeiro ao Capitólio dos EUA por uma multidão de apoiadores do então presidente.

A companhia não falou sobre o impacto específico da ausência de Trump sobre a publicidade, sua principal fonte de receitas. Mas Ned Segal, diretor financeiro do Twitter, indicou em entrevista que a decisão da companhia foi bem recebida pelos anunciantes.
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"Quando expusemos nossos princípios e nossas políticas, e os aplicamos de modo transparente e coerente, descobrimos que os anunciantes se sentem melhor, e não pior, sobre compartilhar publicidade no Twitter", disse ele.

A plataforma baniu Trump pouco depois do ataque ao Capitólio, citando o risco de mais violência e diversas violações de suas regras. Várias outras companhias de rede social, incluindo Facebook e YouTube, da Alphabet, também removeram o ex-presidente de suas plataformas na mesma época por motivos semelhantes.

As medidas provocaram críticas de alguns importantes conservadores. O deputado republicano Madison Cawthorn (Carolina do Norte), a personalidade do rádio Mark Levin, a advogada Madison Gesiotto e a âncora da Fox News Maria Bartiromo indicaram que deixariam as plataformas e encorajaram outros a fazer o mesmo.

No início deste mês, o Facebook disse que seus usuários diários nos EUA e no Canadá totalizaram 195 milhões no quarto trimestre, contra 196 milhões no terceiro trimestre e 198 milhões no segundo. O executivo-chefe do Facebook, Mark Zuckerberg, disse em um anúncio de resultados que conversas cada vez mais politizadas na plataforma prejudicaram a experiência dos usuários.

Segundo ele, a companhia pretendia não recomendar mais grupos políticos e cívicos para usuários no mundo todo. Ele também disse que o Facebook está estudando maneiras de reduzir a quantidade de conteúdo político que aparece nos feeds de notícias dos usuários.

Para o trimestre que terminou em dezembro, o Twitter disse que o número de usuários diários aumentou para 192 milhões, contra 187 milhões no terceiro trimestre e 152 milhões um ano antes. As receitas cresceram 28% em relação ao ano anterior, para US$ 1,29 bilhão, sinal de que a empresa está se recuperando de um declínio súbito e acentuado em vendas de publicidade no início da pandemia.

O Twitter disse que sua receita líquida duplicou em relação ao ano anterior, para US$ 222 milhões, ou US$ 0,27 por ação.

Para o ano inteiro, a companhia divulgou um prejuízo de US$ 1,14 bilhão, ou US$ 1,44 por ação, embora seus resultados tenham sido afetados por ajustes relacionados a impostos.



RAIO-X DO TWITTER NO 4º TRIMESTRE DE 2020
Lucro líquido - US$ 222,1 milhões
Receita - US$ 1,29 bilhão
Usuários - 192 milhões de usuários ativos diários médios monetizáveis
Principais concorrentes - Facebook, TikTok, Snapchat, YouTube