XP entra no mercado de cartão de crédito e promete taxas abaixo do mercado

Produto inicialmente é voltado para clientes com investimentos iguais ou superiores a R$ 50 mil

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São Paulo

A XP anunciou nesta quarta-feira (10) o lançamento do seu cartão de crédito. Inicialmente voltado para clientes com investimentos de R$ 50 mil ou mais na corretora, o novo produto oferecerá juros inferiores à da média do mercado, não terá anuidade e contará com Investback.

O anúncio marca a entrada da XP no mercado de cartões. Para este ano, ainda são previstos os lançamentos da conta digital, da função débito e outras funcionalidades.

O Investback, segundo a XP, tem um formato parecido com os modelos de pontuação e “cashback” mas, em vez de devolver pontos ou dinheiro para o consumidor, a parcela é diretamente investida em um fundo de investimentos que tem retorno de 99,5% do CDI (certificado de depósito interbancário, referência de retorno para investimentos).

Guilherme Benchimol, fundador e presidente da XP
Guilherme Benchimol, fundador e presidente da XP - Joel Silva - 10.ago.2018/Folhapress

Segundo a XP, todas as compras feitas com o cartão terão um Investback de 1% do valor transacionado. Caso as compras sejam feitas nas 25 lojas parcerias por meio do marketplace da companhia, o Investback tem um valor adicional entre 2% e 10% da transação.

A média de juros cobrados pelo rotativo de cartão da XP será de 5,9% ao mês –a média do mercado, segundo os últimos dados do Banco Central, ficou em 12,9% ao mês. No parcelado do cartão, os juros cobrados pela XP serão de 3,9% ao mês –contra 8,3% ao mês do sistema financeiro.

Para alguns segmentos específicos, os juros podem ser de 2% ao mês, afirmou Bruno Guarnieri, chefe de produtos digitais da XP, sem dar mais detalhes. A meta, segundo o executivo, é expandir o cartão para todos os clientes da companhia até o final deste ano.

Segundo o presidente da XP, Guilherme Benchimol, os juros menores tendem a pressionar taxas mais razoáveis nos grandes bancos. Além disso, um dos principais objetivos do cartão é conseguir fazer com que os clientes migrem seus recursos completamente para a companhia.

“Caso a gente consiga fazer isso, nós conseguiríamos dobrar a empresa e chegar a R$ 1,4 trilhão [de ativos sob custódia] sem ter nenhum novo cliente, só convencendo aqueles que já investem conosco a trazer o seu dinheiro”, afirmou o empresário em entrevista a jornalistas.

Segundo Benchimol, os mais de três milhões de clientes da corretora deixam de 45% a 50% de toda a liquidez na XP –a outra metade ainda fica com os grandes bancos, como Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco.

“Oferecer a experiência completa é o que faz os 50% migrarem para 100%”, disse.

Até o momento, o cartão –cujo piloto já estava em uso por um número restrito de pessoas– conta com mais de 35 mil clientes ativos. Segundo a XP, esses usuários já incrementaram seus investimentos junto à corretora em 10 pontos percentuais.

O cartão tem um contrato de exclusividade com a Visa e será aceito nas principais carteiras digitais. Pelo aplicativo da corretora, o cliente poderá acompanhar seus gastos ,receber atendimento e acessar o marketplace da XP.

Seguro de emergência médica internacional, para locação de veículos e um concierge por chat ou telefone que pode ajudar com dicas para restaurantes e roteiros de viagens, por exemplo, também serão oferecidos.

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