Descrição de chapéu Financial Times

Citi estuda lançar serviços de criptomoeda

Banco de Wall Street anuncia que está estudando serviços de compra e venda, financiamento e custódia por conta da alta no interesse dos clientes

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Eva Szalay
Londres | Financial Times

O Citigroup, um dos maiores bancos nos mercados cambiais do planeta, está estudando dar seus primeiros passos nos mercados de criptomoedas, depois de uma alta no interesse dos clientes.

O grupo seria o mais recente gigante do setor bancário a estudar uma incursão nos novos mercados, de acordo com Itay Tuchman, que comanda suas operações mundiais de câmbio. A despeito dos desafios em termos de reputação, grandes operadores se viram forçados a responder ao crescente interesse pelo bitcoin que surgiu da parte de administradores de ativos e fundos de hedge.

Tuchman disse que o banco ainda não decidiu se ofereceria aos clientes serviços relacionados a criptomoedas, mas disse que serviços de compra e venda, custódia e financiamento estavam sendo considerados.

“Existem diferentes opções, de nossa perspectiva, e estamos considerando de que maneira podemos atender os nossos clientes. Não estamos falando de um exercício de ‘prop-trading’”, disse Tuchman ao Financial Times, se referindo ao “proprietary trading”, ou seja, a transações conduzidas pelos bancos com fundos próprios.

Agência do Citibank, empresa subsidiária do Citigroup, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos - Robert Galbraith - 15.jan.21/Reuters

Em março, o Citi divulgou um relatório de 108 páginas no qual apontava que, a despeito de “uma série de riscos e obstáculos que estão no caminho do progresso do bitcoin”, a criptomoeda “pode ser posicionada de maneira ideal para se tornar a divisa preferida para o comércio internacional”.

O preço do bitcoin, a maior criptomoeda do mercado em termos de volume, caiu em 12% ante o recorde estabelecido no mês passado, mas ainda mostra alta de 75% desde o começo do ano, e a moeda estava sendo negociada a US$ 57 mil na quinta-feira.

Grandes instituições como o Goldman Sachs, Bank of New York Mellon e State Street estão entre aquelas que anunciaram planos recentemente para se tornarem ativas em diferentes áreas do mercado de criptomoedas.

Tuchman disse que desde agosto do ano passado o Citi vem registrando “um acúmulo muito rápido” de interesse pelo bitcoin, da parte de um amplo espectro de seus clientes, entre os quais grandes administradores de ativos.

Alguns solicitaram pesquisas ao banco e outros estavam interessados em operar com uma série de criptomoedas por intermédio dele, e em financiar transações com suas reservas em criptomoedas.

“Não deveríamos fazer qualquer coisa que não seja segura e sólida. Ingressaremos no mercado quando pudermos confiar em que seremos capazes de construir alguma coisa que beneficie os clientes e que as a autoridades regulatórias possam aceitar”, ele disse.

Fontes bem informadas nas grandes empresas que negociam com criptomoedas demonstram ceticismo, em comentários privados, sobre a capacidade dos bancos convencionais para competir contra os especialistas em bitcoin que estão em ação no mercado há anos.

A Galaxy Digital, uma companhia de Nova York dirigida por Michael Novogratz, anunciou na quarta-feira (5) um acordo em valor de US$ 1,2 bilhão (R$ 6,26 bilhões) para adquirir a BitGo, uma decisão que ela disse ter por objetivo “criar uma plataforma de serviço completo para instituições que busquem acesso à criptoeconomia”.

A BitGo, que tem US$ 40 bilhões em ativos sob sua administração, já oferece serviços de custódia, gestão de carteiras e empréstimos.

Tuchman disse que o Citi não tinha pressa de chegar a uma decisão sobre o grau de envolvimento que vai ter com o mercado de criptomoedas.

“Não temos medo de ficar de fora, porque acredito que as criptomoedas chegaram para ficar e que estamos apenas no começo do mercado”, ele disse. “Não estamos falando de uma corrida espacial. Existe espaço para mais de uma bandeira”.

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