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Chefe da Intel diz que há necessidade de mais consolidação na indústria de chips

Fabricante americana também espera que crise na cadeia de suprimentos termine neste verão

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Richard Waters
San Francisco | Financial Times

O executivo-chefe da Intel disse que há necessidade de maior consolidação na indústria de chips, dias depois de uma reportagem de que a fabricante americana estava em negociações para comprar a GlobalFoundries por US$ 30 bilhões.

"Nós simplesmente vemos que os atores menores não conseguirão se manter", disse Pat Gelsinger. Falando em uma ligação com analistas para discutir os últimos ganhos da Intel, ele acrescentou que "as fundições sem capacidades de ponta" —termo geralmente usado em referência aos que não fabricam chips de computador com os menores tamanhos— teriam dificuldade para competir.

A GlobalFoundries, de propriedade da Mubadala, um fundo de ativos soberano em Abu Dhabi, abandonou a fabricação de ponta três anos atrás. Na época ela eliminou planos para fazer chips de 7 nanômetros —a mesma tecnologia com que a Intel teve dificuldades.

Pat Gelsinger durante coletiva de imprensa em Tóquio - Yuya Shino - 15.jul.2014/Reuters

Os comentários de Gelsinger são o indício mais claro até hoje de que a produtora de chips dos Estados Unidos poderia usar acordos comerciais para aumentar sua base de fabricação. A Intel disse que estava em discussões com cem potenciais clientes para o novo negócio de fundição que ela anunciou em março, justificando uma rápida expansão de suas instalações de produção.

"Nós não diríamos que a F&A seja crítica, mas também não a descartaríamos", disse o CEO da Intel a Wall Street. A Mubadala não comentou as negociações com a Intel, que foram relatadas por The Wall Street Journal, enquanto a GlobalFoundries disse que não está em discussões.

Enquanto isso, a Intel disse que esperava que a crise na cadeia de suprimentos que corrói o mundo da eletrônica chegue ao fim neste verão, e previu que poderá levar mais dois anos para que a pressão diminua totalmente em toda a indústria e o fornecimento aos clientes volte ao normal.

As pressões da oferta —especialmente a falta de pastilhas de silício das quais a Intel elabora seus chips— vão reter a produção de semicondutores para computadores pessoais no trimestre atual, pesando nas vendas, disse a companhia.

A advertência, juntamente com os custos mais altos que a empresa disse que vai enfrentar mais tarde neste ano ao tentar finalmente aumentar a produção de chips de 7nm, cortou 2% de suas ações nos negócios após o pregão.

Alguns líderes do setor previam uma recuperação mais rápida do suprimento de chips, afirmando que a escassez foi exacerbada artificialmente por pedidos a mais dos clientes para tentar compensar a carência. Mas Gelsinger avisou durante meses que os problemas vão prejudicar os fabricantes de eletrônicos por muito mais tempo do que se esperava, repetindo na quinta-feira (22) que levaria "um ano ou dois para que a indústria alcance a demanda".

A advertência veio enquanto a Intel relatava ganhos surpreendentemente fortes no segundo trimestre, graças à constante recuperação das vendas de PCs que começaram com os lockdowns da Covid-19. As receitas de US$ 19,6 bilhões superaram as expectativas de Wall Street em quase US$ 2 bilhões —embora as vendas ainda fossem ligeiramente menores que um ano atrás, quando um salto na demanda digital causada pela pandemia provocou um aumento na venda de chips para companhias de serviços de nuvem.

A Intel aumentou sua orientação anterior de receitas para o ano inteiro em US$ 1 bilhão, para US$ 73,5 bilhões —embora depois do desempenho excedente de US$ 2 bilhões no último trimestre, que ainda implicou uma queda de US$ 1 bilhão no restante do ano.

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