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Lucro da Apple quase dobra com vendas do iPhone, e Microsoft e Alphabet superam expectativas

Resultados confirmam que demanda por serviços e equipamentos digitais continuou subindo com atenuação da pandemia

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Tim Bradshaw Richard Waters Dave Lee
Londres e San Francisco | Financial Times

Apple, Microsoft e Alphabet disseram na terça-feira (27) que suas últimas receitas e lucros superaram as expectativas já otimistas do mercado de ações, confirmando que a demanda por seus serviços e equipamentos digitais continuou subindo conforme alguns países começam a sair da pandemia.

Apple

Os lucros da Apple quase dobraram no último trimestre, para US$ 21,7 bilhões, com o aumento das vendas do iPhone e a antecipação da falta de componentes evitando problemas.

A receita geral da Apple cresceu 36% em comparação com o mesmo período do ano passado, incluindo um aumento de 50% nas vendas do iPhone, gerando uma receita líquida 93% maior no trimestre até 26 de junho.

Embora o ritmo de crescimento ano a ano tenha sido ligeiramente mais lento do que no trimestre anterior, a Apple ainda foi muito além das metas de Wall Street em quase todas as métricas.

O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, durante evento na sede da empresa, em Cupertino, Califórnia - Josh Edelson - 21.mai.2021/AFP

Luca Maestri, diretor financeiro da Apple, disse ao Financial Times que o trimestre foi "muito, muito forte em todos os setores", observando que suas receitas de serviços atingiram um novo recorde.

"Nossa base instalada de dispositivos ativos também estabeleceu um novo recorde histórico em todos os segmentos geográficos", disse ele, superando as próprias previsões internas da Apple nos Estados Unidos e na China.

As vendas nas Américas cresceram 33%, enquanto na China aumentaram 58%.

Três meses atrás, a Apple havia alertado sobre um impacto de US$ 3 bilhões a US$ 4 bilhões nas vendas de iPads e Macs devido à escassez de componentes, enquanto as indústrias de tecnologia e automotiva lutavam com as constantes restrições ao fornecimento de semicondutores. Mas Maestri disse que o impacto acabou sendo inferior a US$ 3 bilhões, com as vendas do iPad subindo 12% e do Mac, 16%.

Mesmo com o fim dos bloqueios, as receitas de serviços da Apple cresceram 33%, incluindo um recorde no trimestre de junho para a App Store e uma recuperação especialmente forte nas receitas de publicidade.

"Agora que as economias estão reabrindo, continuamos vendo uma demanda realmente forte por serviços digitais", disse Maestri.

Microsoft

A Microsoft encerrou seu ano financeiro com uma nota forte, divulgando um salto de 21% nas receitas com uma enxurrada de novos negócios em áreas como computação em nuvem, publicidade no LinkedIn e aplicativos de negócios.

As vendas e os lucros da empresa de software americana superaram confortavelmente a maioria das estimativas oficiais de Wall Street, embora suas ações tenham recuado 2% após uma alta de quase 20% nos últimos dois meses, levando o preço das ações a um recorde.

A plataforma de nuvem Azure da Microsoft, um dos principais motores de seu recente salto de crescimento, viu o aumento da receita desacelerar nos últimos trimestres à medida que se tornou um contribuinte muito maior para os negócios em geral.

Mas nos três meses até o final de junho o crescimento da Azure acelerou, chegando a 51%. Isso superou o crescimento de 46% no trimestre anterior e foi a taxa de expansão mais rápida em cinco trimestres.

O presidente-executivo Satya Nadella disse que os números mostram que "quando executamos bem e atendemos às necessidades dos clientes de forma diferenciada em mercados grandes e em crescimento geramos crescimento, como vimos em nossa nuvem comercial".

Ele também destacou o forte desempenho de negócios mais novos, como jogos, segurança e LinkedIn. O site de rede profissional relatou um salto de 46% na receita, enquanto o pacote Dynamics de aplicativos de negócios cresceu 49%.

O aumento repentino no crescimento elevou a margem de lucro bruto da Microsoft em quase dois pontos percentuais, para 69,7%. Isso foi quase um ponto percentual acima das expectativas e contribuiu para um salto de 48% no lucro por ação, para US$ 2,17.

Alphabet

O presidente-executivo da Alphabet, Sundar Pichai, creditou uma "maré crescente de atividade online em muitas partes do mundo" por impulsionar os lucros quase três vezes maiores que no mesmo período do ano passado.

As expectativas já eram altas para a Alphabet, com o segundo trimestre do ano passado fortemente atingido por uma retração acentuada nos gastos globais em publicidade, conforme as empresas reagiam ao início da pandemia.

Como Wall Street esperava, as vendas de anúncios na plataforma aumentaram no segundo trimestre, empurrando o lucro líquido para US$ 18,53 bilhões —superando as estimativas dos analistas em cerca de 10%. A receita no período chegou a US$ 61,9 bilhões.

As vendas de publicidade do Google cresceram 69% em relação ao mesmo período em 2020, superando confortavelmente as estimativas dos analistas, de acordo com dados da FactSet. Especificamente, a publicidade no YouTube teve um salto abrupto, com vendas chegando a US$ 7 bilhões —mais de 80% sobre o ano anterior.

"Neste trimestre, os editores parceiros ganharam mais que nunca com nossa rede", disse Pichai aos investidores. "Também pagamos mais aos criadores e parceiros do YouTube do que em qualquer trimestre de nossa história."

Como os analistas previam, a empresa se beneficiou da demanda reprimida por serviços em nuvem, já que muitos funcionários de escritório continuaram a trabalhar em casa. A receita desse segmento aumentou 50% em relação ao ano passado, para US$ 4,63 bilhões, embora ainda registrasse prejuízo operacional de US$ 591 milhões.

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