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Xiaomi anuncia 5 lojas novas e tenta expandir marca no Brasil

Há dois anos no país, chinesa tenta conquistar lacunas e aposta em inovação para ganhar brasileiro

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São Paulo

A empresa chinesa de tecnologia Xiaomi anunciou na terça-feira (17) a abertura de mais cinco lojas físicas no Brasil.

A Xiaomi, que está há dois anos no país, já tem duas lojas em São Paulo e vai abrir mais uma ainda neste ano. Também serão abertas duas lojas no Rio de Janeiro, uma Curitiba e outra em Salvador.

A empresa anunciou ainda uma store in store –espécie de setor exclusivo dentro de uma loja de terceiros– em uma Fast Shop de Campinas.

O plano de expansão da companhia no Brasil estava definido desde 2019, mas foi interrompido devido a pandemia.

Um logo alaranjado em primeiro plano escrito 'mi'
Logo da Xiaomi em uma loja em Xangai, na China - Aly Song/Reuters

O anúncio das novas lojas ocorre no mesmo dia do retorno do funcionamento do comércio em São Paulo sem nenhuma restrição de ocupação ou horário. “Vimos que a partir de setembro haveria uma tendência de reabertura, a chegada dessas unidades no segundo semestre é importante”, diz Luciano Barbosa, líder da Xiaomi no Brasil.

Para ele, a presença no varejo físico é fundamental para reforçar a presença da empresa no país. “Temos que estar na loja, tem que ver o produto físico para que as pessoas conheçam os produtos que a empresa produz”, diz o executivo.

A Xiaomi, conhecida pela produção de smartphones, também fabrica patinetes elétricos, TVs e outros produtos inteligentes para casa. Para Barbosa, a empresa pode abocanhar consumidores brasileiros que "estão cansados do mais do mesmo, que procuram algo novo e com tecnologia”.

No Brasil, segundo a Euromonitor, a Xiaomi cresceu 154,5% volume de vendas de dispositivos vestíveis, como pulseiras eletrônicas, entre 2016 e 2021. No mesmo período as vendas de aparelhos eletrônicos cresceram 27,1%, enquanto vendas de computadores e periféricos subiram 21,2%.

Barbosa diz que mais de 500 produtos serão lançados no país nos próximos anos. Ainda existem barreira para trazer novos itens da empresa, como produtos de beleza e eletrodomésticos, devido à voltagem brasileira, frequência e outras adequações técnicas.

Em julho, a empresa ultrapassou a Apple e tornou-se a segunda maior fabricante de smartphones do mundo, logo atrás da sul-coreana Samsung, de acordo com consultoria IDC (Internacional Data Corporation).

No mundo, de acordo com a consultoria, o volume de vendas de smartphones cresceu 13,2% no segundo trimestre de 2021. A pesquisa mostra que todas as regiões contribuíram para o crescimento geral, exceto a China, que sofreu com a falta de lançamentos e baixa demanda, enquanto a Huawei teve declínio nas vendas.

Com a saída da LG da produção de smartphones em abril, uma nova fatia de mercado se abriu para outras empresas do setor disputarem o espaço da sul-coreana. “Já está focando nessa lacuna. Estamos trabalhando em um ritmo de expansão consciente”, diz Barbosa.

Para Reinaldo Sakis, gerente de pesquisa e consultoria de consumer devices da IDC Brasil, o mercado está bem agitado com empresas que deixaram o Brasil ou que descontinuaram produtos, como Sony e Toshiba. Para ele, essas lacunas são preenchidas, principalmente, pelo mercado interno, mas também é comum a movimentação de empresas de fora interessadas em se posicionar melhor no país.

No entanto, mesmo com investimento em marketing, não quer dizer que a abertura de novas lojas façam com o que uma empresa domine um mercado. “Lojas de fabricante costumam ter representatividade baixa, não é assim que se vira um jogo”, diz.

Para Bruno Porto, sócio da consultoria e auditoria PwC Brasil, o fator de rápida inovação e expansão de portfólio das empresas chinesas de tecnologia é atrativo para o consumidor brasileiro, que tem um olhar atento para o mercado digital. “Uma das semelhanças entre o brasileiro e os chineses é o mobile first: essa vontade por tecnologia é uma característica que torna o país um atrativo”, diz.

Outro diferencial das chinesas, diz Porto, é o constante lançamento de produtos que geram um ecossistema como um celular que se conecta com lâmpada inteligente e outros dispositivos. “Essa é uma tendência que tem deixado empresas para fora. Quem não investe em inovação tem uma grande chance de ficar para trás”.

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