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Bolsa sobe com privatização da Petrobras no radar; ações da estatal sobem quase 7%

Reajuste dos combustíveis e valorização do petróleo contribuíram para alta da empresa

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São Paulo

Apoiada sobre fortes ganhos da Petrobras, a Bolsa de Valores brasileira subiu 2,28% nesta segunda-feira (25), a 108.714 pontos, recuperando-se parcialmente das perdas da semana passada provocadas pelo anúncio do governo sobre o drible no teto de gastos para ampliar despesas no ano eleitoral de 2022.

O dólar, que na semana anterior havia atingido seu maior valor desde março, devolveu ganhos e fechou em queda de 1,26%, a R$ 5,5540.

Público observa índices de ações em painel da Bolsa de Valores, em São Paulo - Amanda Perobelli -19.out.2021/Reuters

Na última sexta-feira (22), o Ibovespa, índice de referência da Bolsa, registrou a sua maior perda semanal —queda de 7,28%— desde o primeiro baque da pandemia. Na semana encerrada em 20 de março de 2020, o índice tinha desabado 18,88%.

Nesta segunda, a recuperação da Bolsa foi influenciada pela alta das ações da Petrobras. Os papéis da estatal ganharam impulso após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarar que a privatização da empresa entrou no radar e do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmar que existe um estudo para enviar um projeto de lei ao Congresso sobre o tema.

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) operavam em alta de aproximadamente 4% desde as primeiras horas do pregão e, às 15h30, passaram a se valorizar mais rápido, com um pico às 16h39, quando subiram 7,7%. Após o ajuste do final do pregão, fecharam em alta de 6,84%. Os papéis ordinários (PETR3) subiram 6,13%. A empresa foi a mais valorizada do pregão e a que teve maior volume de negociação.

A estatal também foi beneficiada nesta segunda por mais uma alta do preço do barril do petróleo. O Brent avançou 0,23%, a US$ 85,73 (R$ 479,80).

Os preços do petróleo atingiram máximas nesta segunda, antes de se estabilizarem, com a oferta global apertada devido à posição da Opep (organização de países exportadores), que já anunciou que não pretende elevar a produção, e o fortalecimento da demanda de combustível nos Estados Unidos.

O Goldman Sachs informou que uma forte recuperação na demanda global de petróleo pode empurrar os preços do Brent acima de sua previsão de fim de ano, de US$ 90 (R$ 503,70) o barril.

"O dia foi positivo [para a Petrobras] com a alta nos preços do petróleo no mercado internacional com posicionamento da Opep sobre manter o nível de produção da commodity", diz Lucas Collazo, especialista em investimentos da Rico.

O anúncio de reajuste no preço dos combustíveis também contribuiu para a valorização da petroleira e, consequentemente, do Ibovespa. O preço médio do diesel nas refinarias subirá 9,15% e o da gasolina, 7,05%, a partir de terça.

Além das expectativas envolvendo a Petrobras, a alta da Bolsa desta segunda também é resultado da busca de investidores por oportunidades após o tombo da semana passada, diz Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora. "Os investidores estão em busca de pechinchas", diz.

Os investidores também estavam atentos ao início da temporada de balanços nesta semana. Petrobras e Vale divulgarão seus resultados do terceiro trimestre na quinta-feira (28).

Entre os destaques positivos, fecharam em alta as ações da Vale (1,21%), Itaú (1,95%), PetroRio (3,55%), EcoRodovias (5,31%), Vibra (5,16%) e CVC (6,14%).

Nos Estados Unidos, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram 0,18%, 0,48% e 0,90%, respectivamente.

Os índices Dow Jones e S&P 500 fecharam em máximas recordes nesta segunda devido às expectativas de que empresas líderes de vários setores anunciem seus resultados.

O Nasdaq também teve desempenho superior no dia, impulsionado por ganhos nos papéis da Tesla, que ultrapassou o valor de mercado de US$ 1 trilhão nesta segunda, e do PayPal, e com o índice das gigantes de tecnologia a menos de 1% de um recorde.

Com Reuters

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