O Facebook registrou nesta segunda-feira (25) lucro de mais de US$ 9 bilhões (R$ 50,4 bilhões) no último trimestre, número 17% maior que o do mesmo período do ano passado, e o número de seus usuários aumentou, apesar de a rede social enfrentar uma crise por supostamente colocar seu crescimento à frente da segurança.

Já a receita da companhia aumentou 35% no período, para US$ 29,01 bilhões (R$ 160 bilhões), pouco abaixo das expectativas de consenso de US$ 29,5 bilhões (R$ 164 bilhões). Os usuários ativos mensais aumentaram 6% em relação ao ano anterior, para 2,91 bilhões, ligeiramente abaixo das estimativas de consenso de 2,98 bilhões.

O Facebook alertou que suas receitas no trimestre atual serão prejudicadas pelas mudanças de privacidade da Apple, o mais recente obstáculo para a plataforma de rede social em meio a uma crise de relações públicas provocada pelo vazamento de documentos internos.

O gigante de tecnologia disse que a receita nos três meses até o final de dezembro ficaria entre US$ 31,5 bilhões (R$ 175 bilhões) e US$ 34 bilhões (R$ 188 bilhões), citando "ventos contrários continuados" devido à exigência da Apple de que os aplicativos obtenham permissão explícita para rastrear usuários para fins de segmentação de anúncios. Analistas previam um salto para US$ 34,8 bilhões (R$ 193 bilhões), de acordo com a S&P Capital IQ.

O relatório de ganhos mais recente chega em um momento em que o Facebook luta contra uma torrente de cobertura negativa na imprensa, depois que vários jornalistas acessaram milhares de páginas de documentos vazados de uma ex-funcionária que se tornou denunciante.

Juntos, os documentos revelaram as dificuldades da empresa para conter a desinformação e o discurso de ódio na plataforma, assim como os desafios de crescimento entre os usuários mais jovens.

O Facebook também disse que a partir do quarto trimestre pretende separar os resultados de sua unidade Facebook Reality Labs, que constrói seus produtos de realidade virtual e aumentada, do restante da empresa. A companhia disse que seu recente esforço para investir no FRL deve reduzir seu lucro operacional em 2021 em aproximadamente US$ 10 bilhões (R$ 56 bilhões).

A empresa também anunciou que aumentaria seu programa de recompra de ações em US$ 50 bilhões (R$ 280 bilhões).

(Com Financial Times)

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves