Espaço aberto pela PEC dos Precatórios não vai para a política, diz Guedes

Segundo ministro, recursos vão para Auxílio Brasil, vacinas e desoneração da folha

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília | Reuters

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira (3) que os recursos liberados pela revisão no teto de gastos não irão para a política, ponderando que a ideia de mudar a regra não partiu do Ministério da Economia.

Em apresentação no Encontro Anual da Indústria Química, Guedes disse que a alteração na norma fiscal é tecnicamente sustentada.

"A revisão do teto não veio da economia, mas é tecnicamente sustentada, e o dinheiro não está indo para a política", disse.

De acordo com o ministro, o espaço fiscal aberto pela PEC dos Precatórios será direcionado para ações como o programa Auxílio Brasil, compra de vacinas e a desoneração da folha de empresas.

Ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de cerimônia no Ministério da Economia, em Brasília - Edu Andrade - 1.dez.2021/Ascom/ME

Segundo ele, a versão aprovada da PEC, que ainda depende de validação final da Câmara, não é exatamente como o governo propôs, mas é satisfatória e traz previsibilidade para as despesas públicas.

"Gostaríamos que fosse para sempre (o teto para precatórios), mas aprovaram só até 2026", afirmou.

Aperto monetário

Guedes afirmou ainda que o processo de elevação da taxa de juros pelo Banco Central desacelera o crescimento do país, mas ponderou que a melhora observada no ritmo de investimentos aponta para dados positivos na atividade à frente.

Em apresentação no Encontro Anual da Indústria Química, Guedes afirmou ainda que o Brasil vai crescer e "sair do buraco", mesmo que em menor velocidade durante o combate à inflação.

Segundo ele, o governo fez uma despolitização da moeda ao aprovar a autonomia formal do BC.

"De um lado, temos um fator de desaceleração, que é a atuação do Banco Central combatendo a inflação, mas, de outro lado, temos um fator de sustentação do crescimento, que é a taxa de investimento", afirmou.

De acordo com o ministro, a proporção de investimentos em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) atingiu pico de 19,4% e deve caminhar para 20% em 2022.

Guedes voltou a comentar o resultado do PIB do terceiro trimestre, afirmando que o dado —que apontou retração de 0,1% sobre o segundo trimestre— foi puxado pela agricultura, que desabou 8%, segundo ele, em função do mau tempo.

O ministro rebateu críticas de que o país não está crescendo e afirmou que a recuperação em "V" da atividade já aconteceu. Para ele, afirmações de que não há sustentação fiscal no Brasil são "loucura e militância".

"Previsões catastróficas nos perseguem desde o primeiro dia de governo. [...] Não significa que eu ache que é o melhor governo do mundo, mas não é tão ruim quanto estão dizendo", afirmou.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.