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Facebook vai construir metaverso com startup que tinha contratos militares nos EUA

Empresa de inteligência artificial contratada pelo Departamento de Defesa americano foi adquirida pela Meta

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Madhumita Murgia
Londres | Financial Times

Uma empresa de inteligência artificial contratada para desenvolver capacidades de inteligência e navegação para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos agora será usada pelo Facebook para construir o metaverso.

O Facebook, que recentemente foi rebatizado de Meta, adquiriu a startup de dados sintéticos AI. Reverie em agosto, e a consolidou com sua divisão Reality Labs, dedicada à construção de um mundo virtual compartilhado.

Em janeiro, a startup assinou um contrato de três anos para fornecer serviços no valor de até US$ 950 milhões (R$ 5,4 bilhões) para a Força Aérea americana, para desenvolver um sistema avançado de gestão de batalhas e aperfeiçoar seus sistemas de comando e controle usando IA. O contrato foi encerrado em agosto, quando a companhia foi adquirida pela Meta.

Logo da Meta e de outras marcas do grupo Facebook - Dado Ruvic/Reuters

A Meta disse que a parceria vai acelerar as capacidades de dados sintéticos da companhia —versões simuladas de dados do mundo real necessários para treinar algoritmos avançados de aprendizado por máquinas— que ela usará para construir o metaverso.

O ex-executivo-chefe da AI. Reverie, Daeil Kim, que hoje é diretor de engenharia da Meta, descreveu a empresa como criadora de "um estoque virtualmente infinito de imagens e vídeos anotados para acelerar a visão por computador e o aprendizado por máquina, reduzindo o custo do treinamento".

No início deste ano, a startup disse que licenciou sua plataforma de geração de dados sintéticos para clientes de defesa, comércio, indústria e agricultura e triplicou sua base de clientes em 2020.

Juntamente com o mais recente contrato com a Força Aérea, ela ganhou um contrato em maio do ano passado para aperfeiçoar a obtenção de informações para o Departamento de Defesa, incluindo o Exército e a Força Aérea, e em julho de 2020 recebeu outro contrato da Aeronáutica para melhorar as capacidades de navegação em terrenos difíceis usando dados de treinamento sintéticos.

Segundo a AI. Reverie, seu produto de inteligência artificial apoiaria a 7ª Ala de Bombardeio, parte de uma importante unidade de comando da força aérea que conduz operações de dissuasão nuclear e ataque global.

O contrato de US$ 950 milhões (R$ 5,4 bilhões) da Força Aérea foi "encerrado por conveniência" no início de agosto, o que um porta-voz da Meta confirmou que foi algumas semanas antes de sua aquisição pela AI. Reverie. A companhia também disse que a Meta não se envolverá em qualquer futuro desenvolvimento de IA de defesa ou militar.

Quando a Meta substituiu a marca Facebook em outubro, o executivo-chefe Mark Zuckerberg disse ao boletim tecnológico Stratechery que a realidade virtual começará a ser melhor que laptops e computadores para "quase todos os casos de utilização" em 2030, "ou mesmo em meados desta década". A infraestrutura do metaverso, porém, ainda é incipiente.

Companhias como Meta, Microsoft, Apple, Nvidia e outras estão competindo para desenvolver as bases desses mundos da hiper-realidade, que exigem que milhões de usuários tenham experiências persistentes e simultâneas em ambientes reais e virtuais.

Em novembro, a Nvidia anunciou um novo motor de dados sintéticos para gerar veículos autônomos realistas e robôs que podem ser treinados em seus mundos virtuais, antes de seu lançamento no mundo real.

Tradução de Luiz Roberto M. Gonçalves

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