França aprova cotas de paridade de gênero na direção de empresas

País estabelece mínimo de 30% de mulheres até 2027 e 40% em 2030 nas direções das maiores companhias

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Paris | AFP

O Senado francês aprovou nesta sexta-feira (16) o estabelecimento de cotas de paridade de gênero nos conselhos de administração de grandes empresas, lei apoiada pelo governo que visa quebrar o "teto" para as mulheres.

A legislação, que já foi aprovada pela Câmara, estabelece uma cota mínima de mulheres —pelo menos 30% até 2027 e 40% em 2030— nas direções das empresas com mais de mil empregados.

Sua adoção ocorre dez anos depois de outra lei que impôs 40% das mulheres nos conselhos de administração, mas que não implicou em uma feminização dos conselhos executivos e gerenciais.

Mulheres usando máscaras em empresa do distrito francês de La Defense
Mulheres usando máscaras em empresa do distrito francês de La Defense - Christophe Archambault - 7.out.20/AFP

"Infelizmente, o teto nas principais instâncias das empresas (...) continua pouco transparente", lamentou a ministra da Igualdade de Gênero, Elisabeth Moreno.

A partir de 2030, as empresas terão mais dois anos para cumprir as cotas, sob pena de penalidades financeiras. As empresas também devem publicar as porcentagens de homens e mulheres a cada ano.

De acordo com o Conselho Superior para a Igualdade entre Mulheres e Homens, os comitês executivos e de gestão das 120 empresas mais cotadas tinham 19% de mulheres em 2019, contra 43,6% na administração.

Além das cotas, o texto também busca "combater o preconceito de gênero" na escolha das carreiras profissionais, graças a um "índice de igualdade" no ensino superior, entre outros.

Para prevenir a violência econômica entre casais, o salário e os benefícios sociais individuais devem ser depositados em conta bancária, na qual o trabalhador apareça como titular ou condômino.

Outras medidas buscam facilitar o acolhimento em creches de crianças de famílias monoparentais, em sua maioria geridas por mães, além de programas de capacitação.

Estas disposições "permitem afastar as mulheres do trabalho após o parto e ajudá-las a regressar ao trabalho", acrescentou a ministra da Igualdade.

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