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Citi piora projeção para PIB do Brasil e vê contração de 0,3% em 2022

Estimativas mais pessimistas vieram na esteira de dados do setor de serviços divulgados nesta quinta

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São Paulo e Curitiba | Reuters

O Citi piorou as suas projeções para a atividade econômica brasileira. Passou a estimar uma retração de 0,3% para o do PIB (Produto Interno Bruto) do país em 2022. Anteriormente, a instituição apontava crescimento de 0,3%.

Seus economistas também revisaram para baixo a expectativa de crescimento em 2021, passado de 4,5% para 4,4%.

A perspectiva de retração para este ano ficou em linha com a de outros bancos. O Itaú, por exemplo, estima para este ano uma queda de 0,5%, mesma previsão do Credit Suisse. Já o Haitong havia estimado uma retração de 0,3% ainda no fim do ano passado.

As projeções mais pessimistas vieram na esteira de dados do setor de serviços divulgados nesta quinta-feira (13), que, embora melhores do que o esperado pelo mercado, "não evitam um rebaixamento em nossas previsões para o PIB", disse o Citi em relatório.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o volume de serviços prestados no Brasil saltou 2,4% em novembro na comparação com outubro, maior taxa de crescimento desde fevereiro de 2021.

"O aumento geral foi amplo, levando o indicador de volta ao nível de agosto de 2021, mas ainda indica um carregamento estatístico negativo de 0,3% para o quarto trimestre" em relação aos três meses anteriores, afirmou o Citi.

Segundo o banco norte-americano, isso se soma a uma performance pior do que o esperado da produção industrial, que teve em novembro queda de 0,2%, o que indica contração de 0,2% do PIB nos últimos três meses do ano passado.

Para este ano, a estimativa de retração econômica é justificada pela perspectiva de aperto monetário —com a taxa Selic devendo chegar em maio a 12,25% ao ano— e pela disseminação da variante ômicron do coronavírus, afirmou o Citi, citando ainda o carregamento estatístico negativo vindo do último trimestre de 2021. A taxa Selic está em 9,25%.

ANO DESAFIADOR

Em um evento global nesta quinta-feira, em que apontou as perspectivas econômicas para 2022, o Citi considerou que a nova onda da pandemia e seus efeitos na economia trazem novos desafios para o ano.

O banco apontou que a inflação continuará sendo um desafio mundial ao longo de 2022 e que os países da América Latina devem se preparar para um cenário mais complexo.

No ano passado, o Brasil teve a quarta maior inflação entre 44 economias destacadas pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), de 10,06%, segundo o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

O resultado só não foi pior que na Argentina (51% até novembro), Turquia (36% até dezembro) e Estônia (12,1% até dezembro).

Os analistas convidados pelo banco também comentaram como a variante ômicron e a desconfiança dos bancos em relação ao mercado imobiliário chinês também colocam incertezas sobre o desempenho do país asiático.

Colaborou Douglas Gavras

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