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Mais alta inflação desde 1982 deixa BC dos EUA em alerta

Federal Reserve deve manter-se encaminhado para realização de aumentos nas taxas de juros

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Howard Schneider
Washington | Reuters

A inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que está em níveis não vistos em mais de uma geração, manterá o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) encaminhado para aumentos das taxas de juros e outras mudanças esperadas nos próximos meses, com intuito de domar a alta dos preços.

Essa é a opinião de economistas e analistas, depois de a inflação ano a ano atingir 7% em dezembro, o maior valor desde junho de 1982, com as altas de preços se espalhando por um conjunto mais amplo de bens e serviços, de acordo com os últimos dados divulgados nesta quarta-feira (12).

Juntamente com os atuais aumentos salariais e os custos crescentes de bens de consumo duráveis, a inflação de dezembro continuou a empurrar para cima as principais medidas que o presidente do Fed, Jerome Powell, disse estar monitorando para ver se a taxa diminuirá por conta própria.

Prédio do Federal Reserve em Washington, nos Estados Unidos - Chris Wattie - 22.ago.2018/Reuters

Como ele mesmo reconheceu em audiência de nomeação no Congresso na terça-feira, até agora isso não aconteceu.

"O relatório de hoje dá sequência a uma tendência de leituras de inflação em máximas de várias décadas no curto prazo, e não esperamos ver nenhuma desaceleração por alguns meses", disse Rick Rieder, diretor de investimentos de renda fixa global da BlackRock

"Claramente, o Fed está alerta."

Investidores e analistas agora esperam que o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) do banco central eleve sua taxa de juros de referência do atual nível próximo de zero em sua reunião de março e continue com mais três aumentos de 0,25 ponto percentual ao longo do ano. No mês passado, os formuladores de política monetária do Fed projetaram três acréscimos de juros para 2022.

As autoridades do banco central ficaram para trás em suas projeções de inflação ao longo de 2021 e, como resultado, aceleraram seus planos de aumentar as taxas de juros e de começar a reduzir os quase US$ 9 trilhões (R$ 50 trilhões) em ativos que o Fed possui.

Embora o número da inflação de dezembro tenha sido elevado, o ritmo de variação mensal diminuiu em dezembro.

Apesar da pressão sobre o Fed e da difícil situação política conforme famílias enfrentam aumentos dos preços, o pico da inflação já pode ter passado, disseram economistas da Cornerstone Macro nesta semana. Eles preveem que a inflação dos preços ao consumidor diminuirá para apenas 1,4% até o fim de 2022, quando o Fed elevará as taxas de juros apenas duas vezes. O banco tem uma meta de inflação de 2%.

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