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O mau humor dos investidores com as techs diante da alta de juros nos EUA tirou do Nubank a marca de banco mais valioso da América Latina, que volta para o Itaú.
O que mais importa: B3 planeja oferecer novos produtos de criptomoedas, França, a "nação startup", atinge meta de Macron de 25 unicórnios, e vendas de veículos elétricos superam as de modelos a diesel na Europa, em um marco para a descarbonização.
Foi, mas não é mais
O Nubank perdeu, na última sexta (14), o posto de instituição financeira mais valiosa da América Latina para o Itaú Unibanco.
No dia, as ações da fintech encerraram em queda de 6,37%, a US$ 8,12 (R$ 44,93). O mercado americano ficou fechado nesta segunda (17), feriado nos EUA em homenagem ao ativista negro Martin Luther King.
Em números:
- Com a desvalorização de sexta, o Nubank somou um valor de mercado de US$ 37,422 bilhões (R$ 207,1 bilhões), enquanto o Itaú está avaliado em US$ 39,147 bilhões (R$ 216,65 bilhões).
- Desde o seu IPO, as ações do banco digital se desvalorizaram quase 10%, enquanto as do maior banco privado brasileiro foram no caminho inverso, com alta de aproximadamente 9,5% no período.
O que explica: o Nubank listou suas ações na Bolsa de Nova York (Nyse) em um momento em que o mercado não está tão animado com as empresas de tecnologia, principalmente com as que têm dificuldade para gerar lucro, como é o caso da fintech brasileira.
Isso é explicado pela sinalização de antecipação do ciclo de alta dos juros nos EUA. Esse movimento, além de tornar os títulos americanos mais atrativos, também encarece o crédito, afetando companhias que precisam de injeção de dinheiro constante para crescer.
B3 avança nas criptos
A B3 deve acelerar neste ano a oferta de produtos e serviços para criptomoedas. A Bolsa brasileira, porém, não tem intenções de se tornar uma exchange –corretora de moedas digitais.
Entenda: a ideia da B3 é lançar novos produtos, como opções e contratos de futuros, e ainda ampliar a oferta de ETFs (fundos de índice) relacionados às criptos, disse à Reuters o diretor de tecnologia da informação da B3, Jochen Mielke de Lima.
A Bolsa brasileira já reúne cinco ETFs de criptomoedas, que investem, principalmente, em bitcoin e ethereum, os dois ativos digitais mais conhecidos desse universo. Esses fundos movimentam, em média, R$ 80 milhões por dia, e chegaram a 164 mil investidores no fim de 2021.
Por que importa: o ano de 2021 foi caracterizado pelo forte crescimento nas cotações das criptos, que passaram a fazer parte da carteira de grandes fundos e viraram até moeda oficial de um país –caso do bitcoin em El Salvador.
- Conforme a Folha mostrou, os primeiros sinais de 2022, porém, mostram que este ano pode ser mais turbulento para esses ativos. O principal fator de risco pela frente é o aperto monetário nos EUA, que afugenta os investidores de aplicações mais arriscadas.
- A queda nas cotações pode tirar parte do apelo pelas criptos. Em dezembro do ano passado, quando o bitcoin recuou 17%, o valor dos contratos em custódia na B3 desses ativos caiu para R$ 2,9 bilhões, ante os R$ 3,5 bilhões de novembro.
'Nação startup' atinge meta de unicórnios
Transformar a França em uma "nação startup". Essa foi a promessa feita pelo presidente Emmanuel Macron quando assumiu o posto, em 2017.
No início deste ano, ao menos uma meta foi batida: o país chegou à marca de 25 unicórnios (startups avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais), patamar que era esperado para ser alcançado até 2025.
Nesta segunda, a Exotec foi a mais recente startup francesa a atingir esse patamar.
E aqui? Como comparação, 24 startups brasileiras se tornaram unicórnios desde 2017. Alguns levantamentos deixam de considerar como pertencentes a essa categoria as empresas que listam seu capital em Bolsa, o que limitaria o número para 17.
- Em 2021, a alta liquidez nos mercados favoreceu o investimento em startups, e o Brasil viu o "nascimento" de dez unicórnios, recorde para um ano.
- Outro número nunca antes atingido foram os mais de US$ 9,4 bilhões (cerca de R$ 53 bilhões) investidos no mercado de inovação nacional no ano passado.
Nova meta: Macron já definiu outro objetivo, desta vez a nível regional. O plano é que a União Europeia chegue em 2030 com dez gigantes com valor de mercado superiores a US$ 100 bilhões (R$ 550,5 bilhões). A França assume ainda neste ano a presidência rotativa do bloco.
Elétricos entram no gosto dos europeus
As vendas de carros elétricos na Europa superaram em dezembro as dos modelos a diesel pela primeira vez, segundo estimativas.
Em números: considerando um universo de 18 mercados europeus, 20% dos novos carros vendidos eram movidos a bateria, enquanto os automóveis a diesel não chegaram a 19% das vendas.
O que explica: a pressão pela descarbonização também chegou às montadoras, e países como a Alemanha passaram a conceder generosos subsídios para os veículos elétricos.
No caso do diesel, as fabricantes passaram a deixar de lado esses modelos principalmente após o dieselgate, esquema revelado em 2015 (entenda o caso aqui). Antes disso, os carros movidos com esse combustível eram mais da metade dos novos automóveis vendidos nesses 18 mercados europeus.
Todo mundo quer participar: os últimos meses foram recheados de novos anúncios envolvendo os carros elétricos –e não só de montadoras.
- A Sony apresentou seu projeto na feira de tecnologia CES e tem planos para criar um veículo autônomo. A Apple também quer lançar seu carro elétrico em 2025, segundo a Bloomberg.
- Entre as montadoras, a Mercedes-Benz apresentou um protótipo que faz mil quilômetros com uma carga de bateria, e a Chrysler quer ser uma fabricante exclusiva de carros elétricos. Nos EUA, a eletrificação vai garantir futuro das picapes, escreve Eduardo Sodré.
E aqui? Apesar de obstáculos como alto custo e falta de infraestrutura atrasarem a popularização desses veículos no Brasil, a Volvo se prepara para vender somente carros 100% elétricos no país.
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