Os membros do conselho da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) aprovaram, nesta terça-feira (25), que o Brasil inicie formalmente as negociações para ingresso na entidade.
O pedido formal de adesão à OCDE ocorreu em 2017. O ingresso no "clube dos países ricos" é uma das prioridades da política externa do governo Jair Bolsonaro (PL).
Além do Brasil, a OCDE também estendeu convite para início das conversas de entrada na organização à Argentina, Peru, Bulgária, Croácia e Romênia.
Considerada uma espécie de "clube dos países ricos", os membros da OCDE se comprometem com o cumprimento de boas práticas para o funcionamento de seus governos e economias.
A aprovação do convite ao Brasil foi revelada pelo jornal Valor Econômico e confirmada pela Folha.
Dada a largada das negociações, inicia-se um processo negociador que deve durar pelo menos dois anos.
A confirmação da entrada depende de um consenso dos 38 países que integram o grupo.
A média para a conclusão do processo dos últimos membros foi de quatro anos.
Para ter sucesso, o Brasil vai precisar aderir uma série de instrumentos normativos da entidade, além de ter a sua candidatura analisada em diversos comitês.
Mesmo antes da formalização do processo negociador, o Brasil já vinha adotando essas normas, justamente para sinalizar seu interesse em fazer parte do grupo.
Até o momento, o Brasil aderiu a 103 dos 251 instrumentos.
Em um comunicado, a OCDE informou que detalhes sobre o processo de adesão de cada um dos países serão preparados assim que os candidatos confirmem seu endosso a alguns valores da organização.
Entre eles, estão "preservação da liberdade individual; valores da democracia; proteção de direitos humanos; além de economias de mercado abertas, competitivas, sustentáveis e transparentes.
"[Esses valores] também se referem a compromissos dos membros da OCDE na promoção de um crescimento econômico sustentável e inclusivo, além do objetivo de combater as mudanças climáticas, inclusive impedindo e revertendo a perda de biodiversidade e o desmatamento".
Havia resistência de membros da OCDE em relação à entrada do Brasil.
As maiores objeções eram colocadas pela França por conta da política ambiental do presidente Bolsonaro.
No entanto, segundo interlocutores, muitos dos receios levantados pelos franceses e por outros membros serão discutidos durante o processo negociador.
Ainda de acordo com interlocutores, o que verdadeiramente destravou o convite foi um entendimento alcançado entre os Estados Unidos e sócios Europeus da OCDE.
Americanos e europeus discordavam sobre o ritmo de ampliação da organização. Enquanto Washington defendia que houvesse apenas um processo de adesão por vez, os países da Europa queriam que o ingresso de um país latino-americano fosse acompanhado da análise de uma candidatura europeia.
Agora, todos os seis candidatos receberam cartas-convites para iniciar seu processo de adesão.
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