PIB dos EUA surpreende, bancos x fintechs e o que importa no mercado

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Maior crescimento em quase 40 anos

A economia dos EUA acelerou no quarto trimestre de 2021, e o país encerrou o ano com crescimento de 5,7%, o maior desde 1984.

De outubro a dezembro, o PIB americano registrou alta de 6,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado veio acima da mediana das projeções do mercado, que era de 5,5%.

O que explica:

  • Formação de estoques: foi o que puxou a alta no trimestre, com as empresas aumentando o investimento em estoques como resposta à crise de desabastecimento que surgiu durante a pandemia.
  • Gastos do consumidor: o principal componente do PIB pela demanda teve um salto em outubro, antes da variante ômicron chegar ao país. Mas a inflação, que fechou 2021 como a maior em 39 anos, atrapalhou.
  • Ômicron: os impactos da nova cepa do coronavírus na economia foram mais percebidos em dezembro, reduzindo os gastos do consumidor e paralisando fábricas.

E 2022? Os economistas enxergam crescimento menor para este ano, com a alta de juros sinalizada pelo Fed contribuindo para desaquecer a economia. A escassez de insumos deverá seguir como um fator de preocupação.

O FMI projeta alta de 2,6% para o PIB americano em 2022.


Bancões x fintechs deve continuar em 2022

A disputa entre os grandes bancos e as fintechs tem tudo para seguir bastante aquecida em 2022.

Entenda:

  • De um lado, os bancões reclamam que algumas fintechs "engordaram muito", com tamanho, atividade e risco semelhantes aos dos bancos, e se aproveitam de regras menos rígidas.
  • Do outro, os neobanks afirmam que os bancos possuem riscos distintos aos das instituições de pagamento, e por isso merecem uma regulação especial.

No meio da briga: o BC (Banco Central) propôs duas consultas públicas sobre regulação no universo das instituições de meios de pagamento.

  • Uma é para aumentar as exigências de capital para os grandes bancos digitais, para que elas caminhem em direção aos patamares praticados para as instituições financeiras.
  • Outra trata de uma das principais fontes de receita das fintechs: a taxa de intercâmbio cobrada dos lojistas nas transações com cartões pré-pagos. A proposta é que ela seja limitada em 0,5% por transação –hoje não há uma regra.

Pé no freio: a agência Reuters noticiou no mês passado que o BC chegou a sinalizar um endurecimento das regras às fintechs, mas voltou atrás após ouvir alertas de que uma dose errada do aperto regulatório poderia comprometer o crescimento de mais novatas no setor.

Pegando fogo: a briga entre as fintechs e os bancões se acirrou bastante em 2021, ano em que instituições que representam os dois lados da disputa trocaram acusações nas redes sociais. Também teve provocação com uma pessoa fantasiada de dinossauro em portas de agências.

Não deve parar por aí: quando o open banking pegar para valer no país, a encrenca deve ficar ainda maior, porque elevará a concorrência para outras áreas, como crédito e seguros.


NFTs de Impacto

O Mercado Bitcoin lançou nesta semana seu espaço virtual de comercialização de NFTs.

A estreia é com o leilão de obras de artes cujos ganhos serão parcialmente revertidos para um projeto de proteção do território do povo indígena Paiter Suruí, na Amazônia.

Entenda: os NFTs – sigla em inglês para "tokens não fungíveis"– funcionam como um certificado de propriedade ligado a um produto digital. Eles bombaram em 2021, com transações milionárias envolvendo memes clássicos ou imagens históricas, como o primeiro SMS.

Leilão: o certame acontece até o dia 15 de fevereiro, com 12 obras. Os valores mínimos vão de R$ 100 a R$ 5.000. Até 95,5% dos ganhos serão revertidos ao projeto de gestão e vigilância territorial do povo indígena Paiter Suruí.

Txai Suruí, ativista do povo Paiter Suruí, durante a conferência climática da ONU em Glasgow, na Escócia
Txai Suruí, ativista do povo Paiter Suruí, durante a conferência climática da ONU em Glasgow, na Escócia - Paul Ellis/AFP

Mercado Bitcoin: por meio da sua holding 2TM, a corretora de criptoativos se tornou um unicórnio (startups avaliadas em US$ 1 bilhão ou mais) em julho de 2021. Na semana passada, o Mercado Livre comprou uma fatia do grupo.

Com o projeto, a corretora busca não só ampliar o portfólio de ativos ofertados aos seus clientes, mas também aumentar os esforços da empresa na agenda ESG, com um programa de apoio ao desenvolvimento sustentável e a causas sociais.


​Dê uma pausa

O nome de um dos maiores investidores do mundo voltou ao noticiário nesta semana.

Enquanto as Bolsas americanas amargam uma sangria com a tendência de alta nos juros no país, as ações da Berkshire Hathaway, gestora de Warren Buffett, estão no patamar positivo em 2022.

O que explica: o bilionário é conhecido por investir em empresas subvalorizadas, sólidas financeiramente e que participam de setores mais tradicionais da economia. Essas companhias têm sofrido menos com a queda no mercado americano.

Do outro lado, as ações de tecnologia, que dispararam nos últimos dois anos, enfrentam caminhos mais turbulentos com o encarecimento do crédito. Uma das especialistas nesse nicho, a gestora Cathie Wood disse confiar em suas posições e que "a inovação está em liquidação".

Indicações para conhecer a vida e as estratégias de investimento de Warren Buffett:

  • Como ser Warren Buffett (2017): documentário que mostra o estilo de vida do megainvestidor, que foge da badalação e mora em uma casa modesta em Omaha, no estado de Nebraska. Disponível no HBO Max.
  • A Bola de Neve (2020): única biografia autorizada de Buffett, lançada pela editora Sextante no Brasil (R$ 49,90, 992 págs).

Além da economia:

  • Expresso Ilustrada: ouça podcast sobre 'Eduardo e Mônica', o casal que inspirou a letra da canção.
  • FolhaMinas: newsletter gratuita e semanal com informações exclusivas, curadoria de notícias e programação cultural de Minas Gerais; inscreva-se.

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