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Selic de dois dígitos, ações da dona do Facebook tombam e o que importa no mercado

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Selic volta aos dois dígitos

Cumprindo o que havia encomendado na última reunião, o Copom do Banco Central elevou a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, de 9,25% para 10,75% ao ano. A alta veio de acordo com as expectativas do mercado.

Para a próxima reunião, em março, o comitê antevê nova elevação, mas em ritmo inferior, ou seja, abaixo de 1,5 ponto percentual.

O que explica: o BC sobe os juros para restringir o crédito, frear consumo e investimentos e desaquecer a economia. Esses fatores tendem a desacelerar a alta dos preços e as expectativas de inflação.

  • Neste momento, a autarquia foca principalmente no cumprimento da meta de inflação de 2023 (estipulada em 3,25%), para quando o BC entende que a política monetária terá maior efeito.
  • No relatório Focus, em que o BC reúne as estimativas dos analistas, a previsão é de que o IPCA termine este ano em 5,02% (acima do teto da meta) e 2023 em 3,50%.

O que muda nos investimentos? Diferentemente do ano passado, quando a maioria das aplicações perdeu para a inflação, a combinação de alta nos juros e desaceleração no IPCA deve gerar rendimento real positivo até para a poupança. O levantamento é do buscador Yubb.

  • Considerando a estimativa de inflação do Focus, o investimento preferido dos brasileiros deve render 0,75% com o desconto do IPCA.
  • Mas há aplicações mais atrativas. As debêntures incentivadas, isentas de IR (Imposto de Renda), têm retorno previsto de 10,16% ao ano. Esses títulos devem ser analisados com cautela, pelos riscos associados a eles.
  • Entre as aplicações mais conservadoras na renda fixa, se destacam as letras de câmbio (LC) e de crédito agrícola (LCA) e imobiliário (LCI) –também isentas de IR– com rendimento real de 6,21%, 4,80% e 5,20%, respectivamente.

Opinião: política monetária fica sobrecarregada com o desrespeito de regras básicas de responsabilidade fiscal, afirma Mauro Rochlin, professor da FGV.


Ações da dona do Facebook despencam 22%

As ações da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, despencaram 22,9% nas negociações pós-mercado nesta quarta após a companhia ter divulgado seus resultados referentes a 2021.

O tamanho do tombo: caso os papéis mantenham a queda no pregão desta quinta (3), será a maior retração desde o IPO da empresa, em 2012. Uma baixa desse tamanho tira da companhia de Mark Zuckerberg mais de US$ 200 bilhões (R$ 1,06 trilhão) em valor de mercado.

Como comparação, a soma do valor de mercado de Vale e Petrobras, as duas empresas mais valiosas da Bolsa brasileira, é de quase US$ 170 bilhões (R$ 900 bilhões).

Imagem do botão de curtir do Facebook em um celular ao lado do logo da Meta, que está em um fundo branco
Imagem do botão de curtir do Facebook ao lado do logo da Meta, controladora da rede social - Chris Delmas/AFP

O que explica: a Meta espera que a receita para o primeiro trimestre deste ano fique entre US$ 27 bilhões a US$ 29 bilhões, abaixo da estimativa dos analistas, de US$ 30,3 bilhões (R$ 159,4 bilhões).

  • O lucro de US$ 10,2 bilhões (R$ 54 bilhões) no último trimestre de 2021 teve queda de 8% na comparação anual, pressionado pelos investimentos no desenvolvimento do metaverso.
  • Além disso, a companhia também citou o "aumento da competição pelo tempo das pessoas", que passaram a assistir mais vídeos curtos, o que prejudica o faturamento com anúncios.

Contexto negativo: o mau humor dos investidores após os resultados é agravado com a visão negativa acerca das empresas de tecnologia por causa do aperto monetário do Fed.


Marcas apostam em NFTs

Novidades tecnológicas como blockchain, NFT e metaverso têm animado não apenas os fãs dos criptoativos, mas também as marcas, que procuram maneiras de faturar com essas ferramentas.

No Brasil, a Alpargatas, dona da Havaianas, e a Pantys, de calcinhas absorventes, são exemplos de empresas que ofertaram artes no formato de NFTs.

-Captura de tela da plataforma onde a marca de calcinhas absorventes Pantys comercializa obras em NFTs
Captura de tela da plataforma onde a marca de calcinhas absorventes Pantys comercializa obras em NFTs - Reprodução

Entenda: a sigla em inglês para "token não fungível" funciona como um certificado de propriedade ligado a um produto digital, que pode ser desde um meme até o primeiro SMS da história. Os NFTs ganharam até um museu nos EUA.

Quem adquire um criptoativo desse tipo aposta que ganhará dinheiro com sua valorização futura. As transações são feitas por blockchain, rede descentralizada que garante a segurança e a transparência das negociações.

Mercado aquecido: até esta terça, NFTs movimentaram quase US$ 20,876 bilhões (R$ 110,5 bi), segundo dados da plataforma Non Fungible.

Recentemente, o jogador brasileiro Neymar gastou mais de R$ 6 milhões para comprar duas obras do Bored Ape Yacht Club, um dos NFTs mais conhecidos. O craque usa uma delas como foto de perfil no Twitter, numa novidade que a rede liberou no mês passado.

Marcas no metaverso: a Folha mostrou em novembro passado como o conceito, mesmo longe de se tornar realidade, já trouxe dinheiro para startups e mobiliza marcas de luxo e as big techs.

O metaverso é caracterizado como um ambiente digital em que pessoas, representadas por avatares, interagem entre si ou com objetos.


Indústria sobe em 2021, mas deve estagnar em 2022

A produção da indústria brasileira cresceu 3,9% no acumulado de 2021, informou o IBGE nesta quarta. É o primeiro avanço após dois anos de queda.

Em dezembro, subiu 2,9% na comparação com o mês anterior. O mercado esperava alta de 1,6%.

O que explica: boa parte do crescimento no ano passado se deve a uma baixa base de comparação. Em 2020, a produção industrial havia recuado 4,5% após já ter caído 1,1% em 2019. A produção das fábricas ainda está 0,9% abaixo do nível pré-pandemia.

A alta dos preços na porta de entrada das fábricas, a escassez de insumos e a queda na demanda gerada pela alta de juros atrapalharam um crescimento mais robusto da indústria em 2021, principalmente no segundo semestre.

Diagnóstico para 2022: a produção industrial deve ficar estagnada neste ano, apontam os economistas. Contribuem para este cenário a previsão do PIB próximo de zero, as altas taxas de juros, a inflação persistente e a continuidade dos gargalos na cadeia logística global.

Mais sobre o assunto:

As vendas de veículos registraram queda de 38,9% em janeiro na comparação com dezembro. O mês já costuma ser ruim, mas a baixa nos estoques prejudicou ainda mais o resultado.


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