França compara situação energética atual com crise do petróleo de 1973

'É estagflação, e é justamente o que não queremos reviver', diz Ministro francês da Economia

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Paris | AFP

A conjuntura energética atual, marcada por um aumento de preços, é "comparável, em intensidade e em brutalidade, com a crise do petróleo de 1973", afirmou o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, nesta quarta-feira (9).

O ministro descartou um plano de ajuda massivo, como o aplicado durante a crise da Covid-19, uma vez que "apenas alimentaria o aumento de preços", declarou, antes de uma conferência sobre soberania energética.

"Seria como jogar gasolina no fogo", disse Le Maire.

"Em 1973, essa resposta provocou o choque inflacionário (...) obrigou os bancos centrais a aumentar massivamente os juros, o que acabou com o crescimento", justificou.

Bruno Le Maire, ministro francês da Economia, em coletiva de imprensa sobre a guerra na Ucrânia, em Paris - Eric Piermont - 2.mar.2022/AFP

"Isso tem nome: estagflação, e é justamente o que não queremos reviver em 2022", acrescentou o ministro francês, referindo-se à situação de estagnação econômica com aumento da inflação.

A invasão russa da Ucrânia causou um aumento nos preços do petróleo e do gás no mundo. O primeiro está sendo negociado, atualmente, acima de US$ 120 (R$ 610), perto de seu recorde, e o último está em níveis inéditos.

Muito dependente do gás russo, a Europa busca formas de reduzir sua dependência nos próximos meses, em um contexto de alta de preços e de embargo dos EUA ao lucrativo e fundamental setor de hidrocarbonetos russo.

Le Maire reiterou, assim, "a boa resposta" em nível europeu: aumentar as reservas de gás para o próximo inverno boreal (verão no Brasil), diversificar as fontes de abastecimento e proteger lares e empresas afetadas.

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