Por que o dólar cai em 2022, economia russa afunda com guerra e o que importa no mercado

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Itaúsa e Votorantim fazem oferta por fatia da CCR

Votorantim e Itaúsa formalizaram nesta quarta-feira (23) uma proposta de R$ 4,1 bilhões para comprar a participação da Andrade Gutierrez de 14,9% na CCR.

O negócio: a oferta já foi aceita pela Andrade Gutierrez. Ela envolve 300,15 milhões de ações, a R$ 13,75 cada, com um prêmio de 5% sobre o fechamento das ações da CCR nesta quarta.

Considerando a participação de 5,8% da CCR que a Votorantim já tem, ela e Itaúsa terão cada uma cerca de 10,3% do capital da CCR ao final da transação. A negociação foi noticiada primeiramente pelo Brazil Journal.

Rodovia Presidente Dutra, administrada pela CCR, no sentido São Paulo - Ronny Santos - 25.dez.2021/Folhapress

Tente outra vez: esse não é o primeiro acordo que a Andrade Gutierrez faz para vender sua participação na CCR. No ano passado, ela chegou a avançar com um negócio de R$ 4,6 bilhões com o fundo IG4 Capital, mas o acerto não foi concretizado.

Quem é quem:

  • CCR: o grupo faz a gestão de milhares de quilômetros de rodovias pelo país, além de aeroportos no Brasil e no exterior. Em outubro do ano passado, renovou sua concessão da Presidente Dutra por 30 anos, vencendo o leilão com outorga de R$ 1,77 bi.
  • Itaúsa: a holding é a maior acionista do Itaú. A companhia também tem participações em empresas como Alpargatas (da marca Havaianas) e XP. Nesta quarta, anunciou ter vendido R$ 1,8 bi em ações da corretora.
  • Votorantim: a holding tem participações em empresas no ramo financeiro, de materiais de construção, alumínio, energia, mineração etc.

O que puxa o dólar para baixo

Em ladeira abaixo neste ano, a cotação do dólar caiu 1,44% nesta quarta-feira (23), a R$ 4,84. É o menor valor da divisa desde o início da pandemia de coronavírus, em março de 2020.

Em números: em relação a outras 23 moedas emergentes, o real é a que mais se valorizou em 2022, com retorno à vista de 15,2%, segundo dados da Bloomberg.

O que explica: a cotação do dólar é influenciada por muitas variáveis, e por isso é difícil de prever – para quem tem uma viagem marcada​, os economistas recomendam a tática do "preço médio".

Mas três fatores principais ajudam a ilustrar a atual valorização do real:

1 - Alta das commodities: o país é um grande exportador de materiais básicos, como petróleo, minério, grãos e carnes.

2 - Juros reais atrativos: calculados pela diferença entre as projeções da taxa Selic e da inflação, eles atraem capital externo.

  • No "carry trade", os investidores tomam crédito a taxas mais baixas lá fora para aplicar esses recursos no Brasil, onde há maior potencial de retorno.

3 - Ativos "baratos": enquanto os índices americanos fecharam 2021 com retornos de dois dígitos, a Bolsa brasileira amargou queda de 12%.

O dia nos mercados: o petróleo teve mais uma sessão de forte alta e avançava 5,14%, a US$ 121,42 (R$ 591,29), no início da noite, com os investidores atentos à restrição da oferta com a continuidade da guerra.

O Ibovespa fechou em alta de 0,16%, a 117.457 pontos, em mais um dia de destaque para as empresas dependentes da economia local, caso das varejistas e incorporadoras.


Economia russa retrocederá 15 anos

Os primeiros cálculos sobre os prejuízos econômicos que serão arcados pela Rússia por causa do conflito na Ucrânia começam a aparecer.

Em uma estimativa "otimista" do Instituto Internacional de Finanças (IIF), a previsão é de queda de 15% no PIB deste ano e de recuo de outros 3% em 2023. A retração nesse biênio fará com que o tamanho da economia russa volte ao nível de 15 anos atrás.

Entenda: a projeção é considerada otimista porque o conflito deve se prolongar, e as sanções –dos países e das empresas– podem aumentar.

Mais números: com a desvalorização do rublo e a disparada da inflação, o consumo interno deve cair 24% só no segundo trimestre. As exportações devem despencar 30%, e as importações, 34%.

Fuga de cérebros: se no curto prazo o prejuízo já está dado, o país também soma perdas estruturais que devem prejudicar a produtividade e o crescimento com o passar do tempo.

Segundo o IIF, observadores estimam que cerca de 200 mil a 300 mil pessoas saíram da Rússia nas últimas três semanas e meia. O movimento se soma à evasão de russos que se intensificou após a anexação da Crimeia, em 2014.


Big techs e fintechs: mais benefícios ou riscos?

As big techs e as fintechs geram benefícios aos clientes, como a inclusão financeira e a redução de custos, mas seu avanço também pode trazer riscos à proteção dos consumidores.

É o que aponta relatório divulgado na segunda (21) pelo Conselho de Estabilidade Financeira, órgão internacional que monitora e faz recomendações sobre o sistema financeiro global.

Entenda: o documento chama a atenção para o avanço das grandes empresas de tecnologia no ramo financeiro. Estão entre os riscos listados pelo órgão:

  • Complexidade e falta de transparência das atividades correlatas dessas empresas.
  • Danos à proteção dos consumidores por conta da maior dependência tecnológica e relativas à proteção de dados.
  • Número limitado de provedoras de serviços em determinados segmentos de atuação.

Boom na pandemia: a fatia de transações com carteiras digitais no comércio eletrônico mundial cresceu de 6,5% em 2019 para 44,5% em 2020.

No Brasil, palco de uma batalha cada vez mais acirrada entre os bancões e as fintechs, o acesso da população ao cartão de crédito passou de 43% para 51% do total da população entre 2008-2009 e 2017-2018.

O estudo é da Zetta, que representa algumas das maiores fintechs do país e defende que o avanço aconteceu devido à competitividade gerada pelas novatas, com seus cartões sem tarifas.


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