Jornal diz que Twitter negocia com Musk, modelo da Netflix em xeque e o que importa no mercado

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Negociações entre Twitter e Musk avançam, diz jornal

As negociações entre Twitter e Elon Musk envolvendo a compra da plataforma avançaram e um acordo pode acontecer ainda nesta semana, segundo o Wall Street Journal.

Ainda conforme o jornal, os dois lados se encontraram neste domingo (24), mas ainda não há garantia de que eles vão fechar negócio.

Entenda: as conversas aconteceram depois que acionistas pressionaram o conselho de administração da rede para que se sentasse à mesa com o bilionário. Eles afirmavam que a rede poderia conseguir uma oferta melhor que os US$ 43 bilhões oferecidos pelo dono da Tesla.

  • Ele afirmou que US$ 25,5 bilhões viriam de empréstimos com um grupo de bancos liderado pelo Morgan Stanley, enquanto outros US$ 21 bilhões seriam de sua fortuna pessoal.
Conta de Elon Musk no Twitter na frente da logo da plataforma
Conta de Elon Musk no Twitter na frente da logo da plataforma - Dado Ruvic/Reuters

O que se sabe até aqui: depois de comprar 9% das ações do Twitter, Musk fez uma proposta no dia 14 para adquirir a rede social por US$ 54,20 por ação em dinheiro. Os papéis do Twitter fecharam a US$ 48,93 na última sexta (22).

  • Ele afirmou que a oferta de fechar o capital da empresa, que seria sua "melhor e única", era a maneira para a rede social ter mudanças efetivas. Musk tem sido um crítico das políticas de moderação de conteúdo da plataforma.

Modelo da Netflix em xeque

Os resultados negativos da Netflix, que derrubaram as ações da líder do streaming em mais de 40%, são um sinal de que seu modelo de negócios pode ter atingido um limite? Alguns analistas acreditam que sim.

Entenda: desde 2012, quando a Netflix passou a produzir conteúdo próprio, o orçamento para essa área cresceu de forma exponencial.

  • Em um cenário de liquidez no mercado, os investidores apoiaram a estratégia da pioneira do streaming, baseada na tese do "winner takes all" (o vencedor leva tudo).
  • Esse conceito é muito aplicado para as empresas de tecnologia. A promessa é de que não gerar lucro no primeiro momento pode fazer sentido se a companhia se tornar soberana em seu setor. A sangria nos papéis da Netflix coloca em xeque essa tese, opina o colunista Marcos de Vasconcellos.
  • O problema é que, diante do sucesso das ações da Netflix nos últimos anos, ela ganhou outras concorrentes de peso, que também não pouparam recursos para ganhar mercado.

Em números: a expectativa é que grupos de mídia americanos, somados, invistam mais de US$ 100 bilhões (R$ 473 bi) em conteúdo neste ano. Uma delas é a WarnerMedia, que decidiu fechar a CNN Plus um mês após seu lançamento.

  • A Netflix sozinha responde por mais de US$ 17 bilhões (R$ 80,4 bi) desse total.
  • Os papéis da pioneira do streaming vêm em queda livre desde o fim do ano passado. Em novembro, ela estava avaliada em US$ 300 bilhões (R$ 1,41 trilhão), enquanto na sexta ela chegou a US$ 97 bilhões (R$ 459 bi) em valor de mercado.

Bill Ackman pula do barco: um dos gestores mais renomados dos EUA vendeu a participação de seu fundo na Netflix três meses depois de ter comprado uma fatia de US$ 1,1 bilhão (R$ 5,2 bi) na empresa. O prejuízo foi de aproximadamente US$ 400 milhões (R$ 1,9 bi).


Moeda digital x privacidade

Os projetos de moedas digitais desenvolvidas pelos bancos centrais, as CBDC (Central Bank Digital Currency), têm avançado ao redor do mundo, inclusive no Brasil.

Ao mesmo tempo, surgem os questionamentos acerca da privacidade dos cidadãos diante de uma moeda regulada por um órgão do governo.

O que explica: a iniciativa é vista como uma resposta à popularização do bitcoin e de outras criptomoedas, que são descentralizadas e dificultam a regulação por parte dos governos.

Os especialistas ressaltam que, se de um lado os projetos podem ser usados para prevenir a lavagem de dinheiro e a sonegação fiscal, por outro uma transparência total cedida ao Estado pode gerar abuso de poder por parte de um governo autoritário.

Tela do app do yuan digital ao lado de cédulas que valem 100 yuan
Tela do app do yuan digital ao lado de cédulas de 100 yuan - Florence Lo/Reuters

E aqui? As diretrizes do BC sobre o real digital estabelecem que sejam garantidos todos os princípios e regras de privacidade e segurança determinados pela legislação.

  • A ideia da autoridade é a de que apenas as informações necessárias para a condução das operações sejam reveladas aos participantes da transação.

Pelo mundo: as CBDC são estudadas por 87 países (representando mais de 90% do PIB global) atualmente. Nove já lançaram seus projetos, e entre as maiores economias, a mais avançada é a China.

  • O yuan digital teve um projeto-piloto durante as Olimpíadas de Inverno e hoje as carteiras já estão disponíveis para download nas lojas de apps.
  • A dúvida é se os chineses deixarão de lado os sistemas de pagamento das gigantes AliPay (Alibaba) e WeChat Pay (Tencent), que respondem pela maior parte das transações realizadas na China.

Fila para jatinhos

Os milionários e bilionários brasileiros estão atrás de jatinhos, mas não estão encontrando.

O boom na demanda e os já conhecidos nós na cadeia global de suprimentos fizeram os preços dispararem e a fila de espera para uma aeronave nova ser de até três anos.

O que explica: a procura cresceu na esteira do bom momento da Bolsa brasileira no final de 2020 até o segundo trimestre de 2021. Nesse período, muitas empresas fizeram IPO (oferta pública de ações) e os sócios dessas iniciantes viram muito dinheiro entrar na conta.

  • Do outro lado, a produção global foi prejudicada pelo atraso na entrega de componentes, principalmente os com maior capacidade tecnológica, diante dos gargalos gerados pela pandemia.
  • Como a oferta não deu conta, parte da demanda foi para os usados, fenômeno semelhante ao observado na indústria automobilística. Não é raro que jatinhos seminovos tenham um preço maior do que um novo, justamente pela possibilidade de pronta-entrega.

Em números: a frota de jatos no Brasil aumentou 8,5% entre fevereiro de 2021 e fevereiro de 2022, saindo de 680 para 738 unidades. Ao todo, o país tem mais 16 mil aeronaves privadas, o que inclui jatinhos, aviões, turboélices e helicópteros.

Custa caro: além do preço das aeronaves, que ronda os cerca de US$ 7 milhões (R$ 32,4 milhões) para os modelos preferidos dos brasileiros, há os custos de manutenção. Girando em torno de R$ 100 mil mensais, são citados como motivos de arrependimento para a decisão de compra.


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