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Cade exige venda de lojas e autoriza compra do Big pelo Carrefour

Conselheiros seguiram o acordo negociado entre a Superintendência-Geral do órgão e as empresas

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Brasília

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) autorizou a venda da rede varejista Big para o grupo Carrefour desde que parte das lojas envolvidas no negócio seja vendida, conforme antecipou a Folha.

As lojas que devem ser repassadas para um competidor ficam em Gravataí (RS), Itabuna (BA), Juazeiro do Norte (CE), Maceió (AL), Olinda (PE), Paulista (PE), Recife (PE), Santa Maria (RS) e Viamão (RS).

Com a compra, o Carrefour adquire as 388 lojas de diversas marcas do Big. O grupo Carrefour é o maior do varejo no Brasil, com 722 unidades —incluindo o Atacadão, que fará a aquisição do Big. Em 2020, o faturamento do grupo foi de R$ 74,8 bilhões.

Já o Big foi o sexto maior varejista do país no mesmo ano, com um faturamento de R$ 25,2 bilhões. Após o sinal verde do Cade, as operações combinadas terão mais de mil pontos de venda. O segundo maior varejista do país, o grupo Pão de Açúcar, tem mais de 800 lojas.

Fachada da loja do Carrefour em São Paulo - Eduardo Anizelli/Folhapress

A operação foi anunciada em março do ano passado por R$ 7,5 bilhões. Em 24 de janeiro deste ano, a Superintendência-Geral do Cade, a primeira instância do órgão, enviou a decisão final para o tribunal administrativo do órgão e sugeriu aprovação mediante a venda do pacote de ativos já negociados com as companhias.

Com o aval do Cade ao acordo negociado entre Superintendência-Geral e empresas, a ideia do Carrefour é integrar as diversas bandeiras ao Atacadão, a marca do grupo para hipermercados e atacarejo.

O grupo Big possui seis marcas: Maxxi, Sam’s Club, Big, Super Bompreço, Nacional e TodoDia. O Carrefour não quis comentar sobre a reportagem. O Big não respondeu até o fechamento.

Além do crescimento no número de lojas e no faturamento, a aquisição permitirá uma expansão geográfica do grupo Carrefour. Na justificativa para a operação enviada ao Cade, a companhia afirmou que "cerca de 70% das lojas do Carrefour estão no Sudeste, enquanto 82,2% das lojas do Big estão primordialmente no Sul e no Nordeste".

Assim, apontou a Superintendência-Geral, a compra "possibilitaria a expansão em regiões onde o Grupo Carrefour tem presença 'comparativamente limitada, como o Nordeste e Sul do país'". Além disso, a operação "representa também a oportunidade de entrada em segmentos de mercado em que o Grupo Carrefour não está presente", como o de clube de compras.

A Big é dona do Sam's Club, que atua nesse segmento. Em estabelecimentos desse tipo, o consumidor tem de pagar uma mensalidade para ter acesso ao local e comprar o que é vendido lá.

Em um primeiro momento, a Superintendência-Geral identificou possíveis problemas em 127 unidades que estavam sendo adquiridas. Depois, após uma análise aprofundada da concorrência nos locais dessas lojas, a maior parte das preocupações foram afastadas.

As preocupações remanescentes foram sanadas depois de um acordo firmado entre a primeira instância do Cade e as empresas. Esse acordo é o que será ratificado pelo tribunal administrativo do Cade.

Além da venda de ativos, o acordo também envolve compromissos que impedem o Carrefour de recomprar as unidades vendidas por cinco anos e a manutenção da viabilidade econômica delas enquanto ainda pertencerem ao grupo Carrefour. As lojas poderão ser vendidas tanto para novos entrantes quanto para companhias que já atuam nas cidades onde elas se localizam.

Além das lojas, a compra engloba também as atividades de distribuição no atacado e alguns postos de gasolina que pertencem à Big. Nesses dois mercados, o Cade não viu problemas concorrenciais devido à baixa participação das companhias nos dois mercados.

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