Anfavea revisa projeções e reduz expectativa sobre produção de veículos

Revisão segue mais otimista que prognóstico da Fenabrave, que projeta estabilidade no mercado

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São Paulo

Após um primeiro semestre com queda de 5% na produção de veículos leves e pesados em relação ao mesmo período de 2021, a Anfavea (associação das montadoras) revisou suas previsões para 2022.

A entidade espera agora que o ano termine com uma alta de 4,1% na fabricação. Em relação às vendas, a expectativa é de um aumento de 1% sobre o ano passado.

Em janeiro, a Anfavea acreditava que 2,46 milhões de veículos seriam produzidos em 2022, o que representaria um crescimento de 9,4% em relação ao período anterior. Na comercialização, a expectativa era de alta de 8,5%.

Novos carros estão estacionados em uma área de estoque da fábrica da montadora alemã Volkswagen em Taubaté (SP) - Paulo Whitaker - 19.jun.2015/Reuters

No primeiro semestre, 1,09 milhão de veículos saíram das linhas de montagem, número que inclui carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. Até o fim do ano, a associação espera agora que 2,34 milhões de unidades sejam montadas. Os números do setor de motos serão divulgados na próxima semana pela Abraciclo.

A revisão feita agora pela Anfavea segue mais otimista em comparação aos prognósticos da Fenabrave (associação dos revendedores), que agora projeta estabilidade no mercado, sem avanço em relação a 2021.

O mês passado terminou com 203,6 mil unidades fabricadas, o que significa queda de 1,1% na comparação com maio, mas houve alta de 21,5% em relação a junho de 2021.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, diz que houve melhora tímida no fornecimento de peças, mas mesmo assim ocorreram 20 paradas de fábricas no primeiro semestre, com perda estimada de 170 mil carros.

O executivo explica que as novas projeções não consideram o impacto da redução dos preços dos combustíveis. "Essa mudança afeta a economia e, por consequência, o setor automotivo. É uma tendência de alívio, mas isso não está refletido nas projeções."

Os estoques subiram entre maio e junho: há carros suficientes para atender a 24 dias de vendas, o que foi atribuído à alta pontual na produção. Leite explica que duas montadoras receberam componentes para concluir a montagem de veículos que estejam incompletos nos pátios, o que levou à alta.

Contudo há queda na participação nas vendas financiadas, que hoje representam cerca de 40% das negociações, segundo a Anfavea. O efeito é atribuído à alta dos juros e a maiores restrições dos bancos para aprovação de crédito.

"As aprovações têm vindo com algumas alterações, como entrada maior e mudanças no prazo de pagamento", diz o presidente da entidade.

No acumulado do ano, 918,1 mil veículos foram comercializados, com queda de 14,5% em relação ao primeiro semestre de 2021. Na comparação entre maio e junho, os emplacamentos caíram 2,4%.

Apesar de a produção seguir em ritmo abaixo do esperado, foram criadas 705 novas vagas nas montadoras em junho. A Anfavea não divulga o resultado por empresa, mas Leite destaca que o setor de maquinário, que é influenciado pelos resultados do agronegócio, apresentou bom número de contratações.

"Em meio a tantas paralisações por falta de componentes, essas contratações revelam a resiliência das empresas do setor e uma aposta na recuperação do mercado", disse o presidente da Anfavea.

As exportações registraram alta de 23% no primeiro semestre, com 246,3 mil unidades enviadas ao exterior. O resultado é limitado pelas dificuldades em manter o ritmo de produção, mas a crise na Argentina também impacta o setor.

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