Lily Safra, uma das mulheres mais ricas do mundo, morreu neste sábado (9) em Genebra, na Suíça, aos 87 anos, informou a Fundação Edmond J. Safra, da qual Lily era presidente.
A causa da morte não foi informada. O funeral será realizado nesta segunda-feira (11), também em Genebra.
A informação foi publicada primeiro pelo jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no jornal O Globo.
Lily foi casada durante 23 anos com o banqueiro libanês Edmond Safra, que morreu em 1999, em um incêndio criminoso no apartamento em que morava, em Mônaco. Ela conseguiu escapar do imóvel. O enfermeiro da família foi responsabilizado pelo crime.
Edmond era irmão do também banqueiro Joseph Safra, que presidiu o Grupo Safra até 2020, quando morreu, aos 82 anos. Joseph era considerado o banqueiro mais rico do mundo.
Dedicada à filantropia através da Fundação Edmond J. Safra, dirigida por ela desde a morte do marido, Lily tinha patrimônio estimado em US$ 1,3 bilhão (R$ 6,9 bilhões).
A fundação é dedicada a projetos relacionados à educação, ciência e medicina, religião, cultura e ajuda humanitária em mais de 40 países.
Segundo a revista Forbes, Lily ocupava a 12º posição na lista das mulheres brasileiras mais ricas do mundo em 2021.
Na relação atualizada do ranking de bilionários da Forbes, Lily era a número 2.117 entre as pessoas com maior patrimônio no planeta. O primeiro lugar pertence ao empresário Elon Musk, cuja fortuna é avaliada em US$ 238 bilhões (R$ 1,26 trilhão).
Nascida em Porto Alegre, sua fortuna é atribuída às heranças de seus casamentos. Ela também foi casada com Alfredo Monteverde, fundador do Ponto Frio, hoje controlado pelo grupo Via Varejo. Monteverde cometeu suicídio em 1969.
Em 2010, o livro "Gilded Lily" (Lily Dourada), escrito pela repórter Isabel Vincent, do New York Post, lançou dúvidas sobre as mortes dos maridos ricos da socialite gaúcha.
A publicação chegou às livrarias dos Estados Unidos, mas teve a venda proibida no Brasil, incluindo a sua versão eletrônica.
A ação foi movida por um sobrinho de Lily, filho do irmão dela. Ele alegou à Justiça que a jornalista ofendia a memória de seu pai, já falecido.
Lily vendeu a participação que possuía no Ponto Frio em 2009, por US$ 340 milhões (R$ 1,8 bilhão) para o GPA (Grupo Pão de Açúcar). Após a transação, a antiga dona da rede ainda venceu uma disputa judicial pelo direito a ações emitidas pela GPA para sócios minoritários.
Veja a nota da Fundação Edmond J. Safra sobre a morte de Lily Safra:
Com profunda tristeza, a Fundação Edmond J. Safra lamenta a perda de sua Presidente, Sra. Lily Safra.
A Sra. Safra faleceu no sábado, 9 de julho, em Genebra, cercada por familiares e amigos.
Por mais de vinte anos, a Sra. Safra sustentou fielmente o legado filantrópico de seu amado marido Edmond, prestando apoio a centenas de organizações em todo o mundo.
A Fundação será sempre guiada pelos valores e tradições que o Sr. e a Sra. Safra personificaram.
A Sra. Safra deixa filhos, netos e bisnetos, a quem sempre foi muito devota.
O presidente do Itaú, Milton Maluhy, lamentou a morte. Em nota, prestou condolências aos familiares e disse que "Lily construiu uma trajetória autêntica em ações filantrópicas nas áreas de educação, cultura, artes, saúde e assistência humanitária".
"Seu legado permanecerá inspirando e indicando caminhos para a agenda de impacto positivo do setor financeiro e privado no Brasil e no mundo", concluiu Maluhy.
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