Boom de negócios low cost, fintech para escolas capta R$ 200 mi e o que importa no mercado

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Boom de negócios low cost

Diante da renda corroída pela inflação, os brasileiros de diferentes estratos sociais têm se virado para manter ao menos em parte o padrão de vida que possuíam nos últimos anos.

Na classe média, a busca é por produtos e serviços mais baratos, dos chamados negócios low cost (de baixo custo).

O que explica: com alternativas para aqueles que têm margem para manobrar as despesas sem abandonar hábitos, esses negócios miram no contingente de brasileiros que sofreram restrições orçamentárias após a pandemia.

  • Essa parcela chega a 64% da população, segundo um levantamento da Nielsen Media Research. A média global, com dados de outros 99 países, é de 46%.
Homem faz exercício em unidade da Red Fitness; rede de academias de baixo custo vê aumento na busca por produtos e serviços low cost
Homem faz exercício em unidade da Red Fitness; rede de academias de baixo custo vê aumento na busca por produtos e serviços low cost - Jardiel Carvalho/Folhapress

Algumas atividades em que os negócios low cost estão bombando na saída da pandemia:

  • Planos de saúde: com coberturas que variam entre R$ 169 e R$ 949, a startup cuidar.me viu uma demanda crescente nos últimos meses. A healthtech diz que essa faixa de preço torna seus serviços cerca de 50% ou 70% mais baratos do que os similares dos concorrentes.
  • Escola particular: a rede de colégio Luminova foi fundada em 2019 para permitir que crianças da educação pública estudassem no ensino privado sem pagar tanto. Com uma mensalidade em torno de R$ 720, hoje cerca de metade dos alunos vem das escolas particulares.
  • Academia: a Red Fitness, rede paulistana de baixo custo, tem na mensalidade de cerca de R$ 100 um dos atrativos para os alunos que saem de academias mais caras. O movimento na rede expandiu a partir da pandemia, dizem os empresários.

Startup da Semana: Educbank

O quadro "Startup da Semana" traz às segundas o raio-x de uma startup que recebeu aporte recentemente.

A startup: foi fundada em 2020 por um dono de rede de escolas, que viu na inadimplência uma grande dificuldade para controlar o fluxo de caixa. A Educbank gerencia os recebimentos das mensalidades de alunos do ensino básico.

Em números: a startup anunciou na última semana ter recebido um aporte de R$ 200 milhões em uma rodada Série A (entenda aqui as etapas de investimento em startups).

Os investidores: o aporte foi liderado pela Vasta Educação, braço de educação básica da Cogna, e também teve participação da gestora Marrakech Capital.

Que problema resolve: a empresa promete solucionar um dos grandes desafios do ensino privado: a inadimplência. Ela garante às escolas o pagamento das mensalidades, antecipando o valor quando a família atrasa, em troca de uma comissão.

  • O fundador da EducBank, Danilo Costa, disse à Folha no ano passado que a startup avalia e seleciona as escolas com as quais trabalha, priorizando cursos em que o risco de inadimplência é menor

Por que é destaque: além de ter sido o maior investimento em startups anunciado na última semana na América Latina, o aporte na EducBank vem em um momento de queda na renda dos brasileiros e inadimplência recorde no país, que acabam gerando um desafio ainda maior para as escolas durante o ano letivo.

Mais sobre a startup: a expectativa é transacionar mais de R$ 1 bilhão em pagamentos escolares até 2023. A Educabank também permite o pagamento das mensalidades escolares com criptomoedas.

  • Ao receber do cliente, a empresa imediatamente converte o ativo para reais, evitando lidar com as já conhecidas oscilações bruscas da moeda.

A semana em resumo

Foram 16 rodadas de captação feitas na América Latina, com US$ 120 milhões (R$ 654 milhões) em investimentos. O Brasil foi o destaque, com US$ 72, 5 milhões (R$ 395 milhões) captados em dez rodadas.

Os dados são fornecidos pela plataforma Sling Hub.


A elite dos games no país

A digitalização provocada pela pandemia e o crescimento da cultura gamer do país impulsionaram a criação de estúdios de videogames nacionais. Eles mais que dobraram entre 2018 e 2022.

Em números: há 1.009 desenvolvedoras formalizadas no país. Em 2018, eram 375, e em 2014, 133. Os números são da Pesquisa da Indústria Brasileira de Games 2022, divulgados pela Abragames, a associação do setor, no BIG Festival.

  • Tiago Ribas, editor da newsletter de games da Folha, foi ao festival e conta aqui o que viu de melhor entre as produções brasileiras expostas no evento.
  • Na edição mais recente da Combo, entenda por que o estúdio baiano Aoca Game Lab é um caso raro na indústria brasileira de games.

O crescimento no número de estúdios reforça a evolução do mercado gamer no Brasil, que tem atraído bancos, fundos de investimentos e até a cantora Anitta.

Mundo afora: as desenvolvedoras brasileiras não sobrevivem apenas do mercado interno e contam com plataformas como Apple Store, Google Play e Steam para chegar aos gringos.

  • 57% das desenvolvedoras tiveram receitas internacionais em 2021, segundo a pesquisa da Abragames.

Veja aqui a conversa da Folha com 3 das 10 maiores empresas de jogos do país: Afterverse, Aquiris e Kokku.


Tokenização resiste a inverno cripto

Mesmo durante o atual inverno cripto, o mercado de tokens lastreados em ativos reais tem mostrado resiliência no Brasil.

Um dos exemplos mais recentes veio do Itaú, que lançou uma unidade para tokenizar títulos de renda fixa e ações negociadas no mercado.

Entenda: a tokenização funciona para garantir a propriedade sobre determinado ativo. Esses tipos de contrato são registrados na rede blockchain, que os torna praticamente invioláveis.

  • Entre os itens que se tornaram NFT (token não fungível) no Brasil, estão cotas de consórcios, obras de arte, royalties de músicas e até direito de comercialização de jogadores.
  • Alguns desses ativos têm características de renda variável (sem o investidor saber quanto e quando vai receber) e outros de renda fixa, com rentabilidade pré-determinada (entenda aqui como eles funcionam).

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