Descrição de chapéu Folhainvest inflação

Inflação nos EUA acelera para 9,1% em junho, maior nível em 40 anos

Dado consolida pressões sobre Fed, o BC americano, para elevar os juros

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Lucia Mutikani
Washington | Reuters

A inflação ao consumidor nos Estados Unidos acelerou em junho, com os preços da gasolina e dos alimentos ainda em patamar elevado, resultando na maior taxa anual em mais de 40 anos. O dado consolida as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) aumente os juros em 0,75 ponto percentual no final deste mês.

O índice de preços ao consumidor subiu 1,3% em junho, após avançar 1,0% em maio, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (13). Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 1,1%.

No acumulado em 12 meses até junho, os preços ao consumidor saltaram 9,1%, de 8,6% em maio. Este foi o maior avanço desde novembro de 1981.

Posto de gasolina na Pensilvânia, EUA - Hannah Beier - 19.fev.2022/Reuters

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços ao consumidor subiu 0,7% em junho, depois de alta de 0,6% em maio.

O chamado núcleo da inflação avançou 5,9% nos 12 meses até junho, após alta de 6,0% em maio.

A inflação americana está acelerando em meio a problemas nas cadeias de fornecimento globais e estímulos fiscais maciços do governo adotados no início da pandemia da Covid-19.

A Guerra da Ucrânia, que causou um pico nos preços globais de alimentos e combustíveis, agravou a situação.

Os preços da gasolina nos EUA atingiram níveis recordes em junho, ficando em média acima de US$ 5 (R$ 27) por galão, de acordo com dados da AAA (Associação Automobilística Americana).

Desde então, eles caíram em relação ao pico do mês passado e estavam em média em US$ 4,631 (R$ 25) por galão na quarta-feira, o que pode aliviar parte da pressão sobre os consumidores.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que os números da inflação de junho vieram "inaceitavelmente altos", mas também que estão desatualizados devido à recente queda nos valores da gasolina.

"A energia sozinha representou quase metade do aumento mensal da inflação. Os dados de hoje não refletem o impacto total de quase 30 dias de queda nos preços do gás, que reduziram o preço na bomba em cerca de 40 centavos (de dólar) desde meados de junho", disse Biden em comunicado.

Os dados da inflação foram divulgados após relatório que mostrou crescimento do emprego mais forte do que o esperado em junho. A economia norte-americana criou 372 mil vagas de trabalho no mês passado, informou o governo na sexta-feira (8).

Havia quase dois empregos para cada desempregado no final de maio nos EUA. O mercado de trabalho aquecido é um problema para o Fed, que quer esfriar a demanda para reduzir a inflação para sua meta de 2%.

Os mercados financeiros esperam que o banco central dos EUA aumente sua taxa de juros em mais 0,75 ponto percentual na reunião de 26 e 27 de julho. Desde março, o banco subiu os juros em 1,50 ponto.

Havia a expectativa de que uma mudança nos gastos de bens para serviços ajudaria a esfriar a inflação, mas os salários estão aumentando dado o cenário no mercado de trabalho, contribuindo para o aumento dos preços dos serviços.

Biden diz que inflação veio alta, mas está desatualizada

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que os números da inflação de junho vieram "inaceitavelmente altos", mas também que estão desatualizados devido à recente queda nos valores da gasolina.

"A energia sozinha representou quase metade do aumento mensal da inflação. Os dados de hoje não refletem o impacto total de quase 30 dias de queda nos preços do gás, que reduziram o preço na bomba em cerca de 40 centavos (de dólar) desde meados de junho", disse Biden em comunicado.

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