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Elon Musk vai culpar bancos por desistência de compra do Twitter

Empresário deve tentar mostrar no tribunal que os bancos se recusaram a realizar empréstimo de US$ 13 bilhões para compra da rede social

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Anirban Sen Greg Roumeliotis
Reuters

Os bancos que concordaram em financiar a aquisição de US$ 44 bilhões do Twitter por Elon Musk têm um incentivo financeiro para ajudar o empresário a sair do negócio, mas enfrentariam grandes dificuldades legais, de acordo com pessoas próximas ao acordo e especialistas em direito corporativo.

A maioria dos especialistas jurídicos diz que os argumentos no caso favorecem o Twitter. Musk poderia desistir da aquisição pagando ao Twitter uma taxa de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,2 bilhões), de acordo com os termos do contrato. Seu financiamento bancário de US$ 13 bilhões (R$ 67 bilhões) para o acordo teria que entrar em colapso.

Recusar-se a financiar o negócio pesaria na reputação dos bancos como fontes confiáveis ​​de dívida. No entanto, os bancos teriam pelo menos dois motivos para ajudar Musk a sair da aquisição, disseram três fontes próximas ao negócio.

Elon Musk, presidente da Tesla e da SpaceX - Joe Skipper/Reuters

Os bancos podem ganhar negócios com outros empreendimentos de Musk, como a fabricante de carros elétricos Tesla e a empresa de foguetes espaciais SpaceX, se ajudá-lo. Mas também podem ter centenas de milhões de dólares em perdas se Musk for forçado a concluir o acordo, disseram as fontes. Isso porque, como em toda grande aquisição, os bancos teriam que vender a dívida para tirá-la de seus registros contábeis, dado que teriam que vender a dívida com prejuízo.

Não está claro se os bancos que entraram no negócio –Morgan Stanley, Bank of America, Barclays, Mitsubishi UFJ, BNP Paribas, Mizuho Financial e Société Générale– tentarão sair do acordo.

Os bancos estão aguardando o resultado da disputa legal entre Musk e o Twitter antes de tomar qualquer decisão, segundo as fontes. O julgamento está programado para começar em outubro.

Porta-vozes de Morgan Stanley, Bank of America, Barclays, Mitsubishi e Mizuho se recusaram a comentar, enquanto o BNP Paribas e o Société Générale não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.

Há um problema nos bancos que serve como escotilha de fuga de Musk. Ele teria que mostrar no tribunal que os bancos se recusaram a cumprir seus compromissos de dívida, apesar de seus melhores esforços.

Isso seria difícil de provar, dadas as declarações públicas de Musk contra o acordo, bem como as comunicações privadas entre Musk e os bancos que o Twitter pode descobrir em seu pedido de informações, disseram especialistas ouvidos pela Reuters.

Os representantes de Musk e do Twitter não responderam aos pedidos de comentários.

Mesmo que os bancos mostrem que não estão agindo a pedido de Musk, achariam difícil sair do acordo com o Twitter, disseram os especialistas. Eles apontaram para o caso da fabricante de produtos químicos Hunstman, que em 2008 processou os bancos que desistiram de financiar sua venda de US$ 6,5 bilhões (cerca de R$ 33 bilhões) para a Hexion Specialty Chemicals.

A Hexion, da empresa Apollo Global, abandonou o negócio depois que a fortuna de Huntsman se deteriorou, mas um juiz de Delaware decidiu que a transação deveria seguir. Os dois bancos que financiam o negócio, Credit Suisse e Deutsche Bank, recusaram-se a financiá-lo, argumentando que a empresa combinada seria insolvente.

Huntsman processou os bancos e uma semana após o julgamento fizeram um acordo. Os bancos aceitaram pagar 620 milhões de dólares e dar uma linha de crédito de 1,1 bilhão de dólares para a Hunstman, que também havia garantido anteriormente um pagamento de 1 bilhão de dólares da Apollo.

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