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Ações da Porsche aceleram após IPO histórico de US$ 72 bi; veja fotos dos carros de luxo

É a maior listagem da Alemanha desde a Deutsche Telekom em 1996

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Victoria Waldersee Emma-Victoria Farr
Frankfurt | Reuters

As ações da Porsche estrearam em forte alta nesta quinta-feira (29) depois que a Volkswagen desafiou a volatilidade dos mercados com o IPO da marca de carros de luxo que alcançou uma avaliação de 75 bilhões de euros (R$ 389 bilhões). O negócio marcou a segunda maior oferta de ações da Alemanha.

A Volkswagen precificou as ações no topo da faixa indicativa e levantou 19,5 bilhões de euros (R$ 101,1 bilhões) com a oferta, recursos que pretende usar para financiar sua estratégia de eletrificação de veículos. No início da manhã (no horário de Brasília), as ações da Porsche estavam sendo negociadas 3% acima do preço de emissão de 82,50 euros (R$ 427,86).

A alta nos papéis elevou a avaliação da montadora para 77,4 bilhões de euros (R$ 401,4 bilhões), perto do valor de mercado da Volkswagen como um todo, de 80,1 bilhões de euros (R$ 415,4 bilhões), e à frente de rivais como a Ferrari. É a maior listagem da Alemanha desde a Deutsche Telekom em 1996.

Já perto do final do pregão, a alta das ações da fabricante de carros perdeu força e fechou praticamente estável, em um dia de mau humor nas Bolsas globais com o risco de recessão voltando a preocupar os investidores. O índice de ações DAX, da Alemanha, fechou em queda de cerca de 1,7%.

Carros da fabricante alemã Porsche estacionados do lado de fora da Bolsa de Valores de Frankfurt, na Alemanha
Carros da fabricante alemã Porsche estacionados do lado de fora da Bolsa de Valores de Frankfurt, na Alemanha - Kai Pfaffenbach - 29.set.2022/Reuters

"Há muito o que gostar na empresa, com seus planos agressivos de eletrificação, forte geração de fluxo de caixa esperada e posicionamento de marca premium", disse Chi Chan, gerente de portfólio de ações europeias da Federated Hermes Limited, à Reuters.

"Entretanto, o IPO veio em um momento de turbulências sem precedentes e de queda na confiança dos consumidores", acrescentou.

As famílias Porsche e Piech, cuja holding Porsche SE controla a Volkswagen, por sua vez, solidificarão seu controle sobre a Porsche AG porque deterão 25% mais uma ação ordinária —com direito a voto— na marca de carros esportivos.

Para realizar a oferta de ações, a Porsche dividiu seu capital em um total de 911 milhões de ações, número que faz referência a um dos principais modelos fabricados pela empresa, e foi dividido em 455,5 milhões de ações preferenciais e 455,5 milhões de ações ordinárias.

Apenas as ações preferenciais, sem direito a voto, serão listadas no mercado, e a venda aos investidores corresponde a uma fatia de 25% das ações preferenciais, ou cerca de 12,5% de toda a empresa.

Cerca de 114 milhões de ações preferenciais da Porsche, sem direito a voto, foram vendidas na oferta pública inicial.

Bank of America, Citigroup, Goldman Sachs e JPMorgan trabalharam como coordenadores globais conjuntos e bookrunners conjuntos no negócio, enquanto o Mediobanca atuou como consultor financeiro da Porsche.

Segundo informações do The Wall Street Journal, a oferta situa a Porsche entre as cinco maiores marcas de automóveis por valor de mercado, que tem a Tesla na liderança, avaliada em cerca de 915 bilhões de euros (R$ 4,7 trilhões).

A oferta deve ajudar a companhia a financiar o processo de eletrificação da sua frota de automóveis e no desenvolvimento de carros autônomos.

Agentes do mercado que acompanharam a oferta indicaram que os pedidos de reservas dos investidores interessados superaram o tamanho total do IPO, chamando a atenção em um momento de forte retração dos mercados globais em um cenário de aumento dos juros nos países desenvolvidos para combater a maior inflação das últimas décadas.

De acordo com o jornal americano, investidores avaliam que os negócios da Porsche estão relativamente blindados da perspectiva crescente de uma recessão global, uma vez que os compradores de seus veículos caros são ricos o suficiente para absorver a inflação e as taxas de juros crescentes.

"Investidores âncora", que comunicam previamente a intenção de participar da operação com a compra de um lote de expressivo de ações, reservaram cerca de 40% da oferta disponível, incluindo a Qatar Investment Authority, fundo soberano do país árabe que também é um dos principais acionistas da Volkswagen, a Norges Bank Investment Management, da Noruega, a gestora T. Rowe Price e a ADQ, um braço de investimentos do governo de Abu Dhabi.

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