Arezzo é criticada após Jade Picon posar para coleção inspirada na África

Usuários nas redes sociais acusam marca de racismo; empresa diz que campanha não foi construída 'com o tema de homenagem a mulheres africanas'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Uma coleção da marca de calçados Arezzo baseada em ancestralidade e estampas africanas foi criticada nas redes sociais nesta terça-feira (27) por ter como garota-propaganda a influencer Jade Picon, que é branca.

A campanha faz parte das comemorações de 50 anos da empresa. A Arezzo tem mais de 356 lojas distribuídas em 180 municípios do país, segundo o site da marca.

A campanha foi feita em parceria com a Meninos Rei, marca de roupas de Salvador. A empresa diz que reverencia a ancestralidade e tem como base os tecidos africanos.

"A proposta é enaltecer nossa cultura ancestral e celebrar a valorização da nossa raça", diz o site da empresa.

Procurada, a Arezzo afirmou que "a coleção e campanha não foram construídas com o tema de homenagem a mulheres africanas, mas de uma representação dos 50 anos da Arezzo, com o DNA criativo de cada marca participante do projeto". A Meninos Rei não respondeu.

Jade Picon como Chiara, personagem da novela da Globo "Travessia - Estevam Avellar/Globo/Divulgação

Para a comemoração, a Arezzo fez parceria com cinco nomes da moda brasileira, que foram convidados a reinterpretar modelos de sapatos ícones de cada década, começando nos anos 1970.

A primeira foto da campanha foi publicada no Instagram da Arezzo há uma semana. Na imagem, Jade Picon posa de vestido estampado e segura uma sandália. As duas peças remetem às estampas africanas.

"Os estilistas da Meninos Rei trouxeram elementos da cultura africana em cores vibrantes e textura marcante, com a proposta de criar uma sandália que traduz os códigos da marca: ousadia, autenticidade, beleza e representatividade!", diz a legenda do post, que tem cerca de 13 mil curtidas até agora.

A publicação da Meninos Rei sobre a campanha também destaca que a inspiração para a coleção foi a ancestralidade. "As estampas africanas, o patchwork, o nó que faz a amarração foi uma alusão aos turbantes, coroas e símbolo de empoderamento feminino", escreveu a marca pelo Instagram.

Na tarde desta terça-feira (27), a usuária do Twitter Nah Rivelli ironizou as imagens da campanha.

"A Arezzo criou uma coleção pra homenagear mulheres africanas e a textura das estampas africanas. O único problema é que a modelo da campanha é a Jade Picon. Eu não consigo nem abrir a minha boca", escreveu. O tuíte viralizou e contava com cerca de 70 mil likes antes de ser excluído.

Outros usuários acusaram a marca de racismo por usar uma garota-propaganda branca para ilustrar uma coleção baseada na moda africana.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.