O preço por ação da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da fabricante de carros esportivos Porsche foi fixado em 82,50 euros (R$ 427,86) por ação, segundo comunicado divulgado pela Volkswagen nesta quarta-feira (28).
Com o valor estipulado por ação, a empresa deve estrear na Bolsa de Valores de Frankfurt nesta quinta-feira (29) com um valor de mercado estimado em cerca de 75 bilhões de euros (R$ 390 bilhões).
Segundo informações do The Wall Street Journal, a oferta situa a Porsche entre as cinco maiores marcas de automóveis por valor de mercado, que tem a Tesla na liderança, avaliada em cerca de 915 bilhões de euros (R$ 4,7 trilhões).
A Porsche deve levantar com a operação um volume financeiro de aproximadamente 9,4 bilhões de euros (R$ 48,75 bilhões). O jornal americano destaca se tratar do maior IPO da Europa desde a oferta da Glencore em 2011, que movimentou cerca de 10 bilhões de euros (R$ 51,8 bilhões).
Para realizar a oferta de ações, a Porsche dividiu seu capital em um total de 911 milhões de ações, número que faz referência a um dos principais modelos fabricados pela empresa, e foi dividido em 455,5 milhões de ações preferenciais e 455,5 milhões de ações ordinárias.
Apenas as ações preferenciais, sem direito a voto, serão listadas no mercado, e a venda aos investidores corresponde a uma fatia de 25% das ações preferenciais, ou cerca de 12,5% de toda a empresa.
A oferta deve ajudar a companhia a financiar o processo de eletrificação da sua frota de automóveis e no desenvolvimento de carros autônomos.
Segundo agentes do mercado que acompanharam a oferta, os pedidos de reservas dos investidores interessados superaram o tamanho total do IPO, chamando a atenção em um momento de forte retração dos mercados globais em um cenário de aumento dos juros nos países desenvolvidos para combater a maior inflação das últimas décadas.
De acordo com o jornal americano, investidores avaliam que os negócios da Porsche estão relativamente blindados da perspectiva crescente de uma recessão global, uma vez que os compradores de seus veículos caros são ricos o suficiente para absorver a inflação e as taxas de juros crescentes
"Investidores âncora", que comunicam previamente a intenção de participar da operação com a compra de um lote de expressivo de ações, reservaram cerca de 40% da oferta disponível, incluindo a Qatar Investment Authority, fundo soberano do país árabe que também é um dos principais acionistas da Volkswagen, a Norges Bank Investment Management, da Noruega, a gestora T. Rowe Price e a ADQ, um braço de investimentos do governo de Abu Dhabi.
Com Reuters
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