Descrição de chapéu Folhainvest Banco Central

Poupança tem saque recorde de R$ 22 bi em agosto

Volume de retiradas em um mês é o maior da série histórica do BC, iniciada em 1995

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Brasília | Reuters

A caderneta de poupança registrou saque líquido de R$ 22,016 bilhões em agosto, em um cenário de alta dos juros que reduz a competitividade da aplicação frente a outros investimentos, mostraram dados do Banco Central nesta terça-feira (6).

O volume de retiradas ficou muito acima do resultado negativo de R$ 5,468 bilhões no mesmo mês de 2021 e representa o maior saque líquido nominal (ou seja, sem descontar a inflação) para todos os meses da série histórica do BC, iniciada em 1995.

O rombo recorde foi registrado mesmo diante dos pagamentos pelo governo federal de benefícios sociais turbinados em ano eleitoral. Repasses como o adicional do Auxílio Brasil, o complemento do Auxílio Gás e benefícios a caminhoneiros e taxistas foram iniciados em agosto.

Cédulas de real - Gabriel Cabral - 21.ago.2019/Folhapress

Do total do mês, os saques superaram os depósitos no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) no valor de R$ 19,697 bilhões. Já na poupança rural, as saídas líquidas foram de R$ 2,318 bilhões.

Com o resultado, a caderneta de poupança acumula um saque líquido de R$ 85,168 bilhões entre janeiro e agosto deste ano, também recorde da série. No mesmo período de 2021, o dado estava negativo em R$ 15,630 bilhões.

Depois de ingressos recordes em 2020, com o pagamento do auxílio emergencial a famílias de baixa renda na pandemia e o nível baixo da taxa básica de juros, o fluxo de recursos na poupança apresentou uma reversão de sentido em 2021, tendência que ganhou força este ano.

A retirada de repasses sociais emergenciais e as altas sucessivas de juros pelo Banco Central para segurar a inflação levaram a poupança a acumular retiradas significativas.

Com os juros básicos da economia acima de 8,5% ao ano (a Selic está agora em 13,75%), os depósitos na poupança voltaram a ter rendimento fixo de 0,5%, ou 6,17% ao ano nominal, acrescido da TR (taxa referencial), que é próxima de zero. Isso deixa a remuneração mais baixa do que outros investimentos de renda fixa e inferior à inflação, que acumula alta próxima a 10% em 12 meses.

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